A PANDEMIA IMPÕE SEQUELAS AO ENSINO
Foram seis meses que se foram!
Um governo fraco com a pandemia não podia deixar de aprender a não andar aos papéis. Mas, não aprendeu!
Tal como na saúde, a vocação é a linha da frente! Mas, sacrifica-se a vocação. E, sacrifica-se a experiência, concentrada nos mais idosos, Profissionais de risco!
Parece que o governo tem uma “malapata” com a malta grisalha, aquela que recebe pensões; aquela que está nos Lares; aquela que espera por assistência clínica às doenças crónicas; aquela que, no activo, no último quartel da carreira, mais ganha e mais experiência concentra; aquela que lhes parece descartável, substituível pelo digital ou pelas clientelas; aquela seleccionada como alvo do reequilíbrio demográfico; aquela cujo sacrifício, não importa como, favorece ou poupa o martelo dos números do orçamento geral do “estado”, que está no estado em que o governo do Estado vê o “estado” sem ver o estado em que está a pôr o Estado.
Nesta sociedade descendente da que conheceu as sociedades dos cotas – confundem tudo com “Lda.” -, não se soube aprender a aprender o que se pode aprender com os mais velhos!
A abertura do novo ano lectivo, que traz o retorno às aulas presenciais interrompidas há seis meses, se foi preparada haverá sido em cima de muitos joelhos, tantos, que as recomendações (que não regras) estão a ser soltas a medo e às pinguinhas, tal é o aperto!
Se o governo tivesse estabelecido regras, tê-las-ia divulgado, publicitado, na forma devida. Toda a comunidade escolar, atempadamente, incluindo as famílias, as conheceria já.
Assim, meras recomendações, meras orientações, umas hoje, amanhã outras, são e servem o esquema das irresponsabilidades.
O ano lectivo vai arrancar, com turmas maiores, com falta de docentes, com horários surpresa e, com sequelas antecipadas da pandemia já passada, que de nada serviu para prevenir a nova vaga. Com enorme e generalizada inquietação!
Vai ser mau em todo o território. Pior nas áreas metropolitanas!
Se o País tiver economia daqui a dez anos, não terá mão d’obra qualificada!
Enfim, ainda há impenitentes optimistas…
Sande Brito Jr