Cada cabeça…
Cada cabeça, cada sentença, diz o povo e com razão.
Eu também penso pela minha cabeça. A minha mulher foi professora a vida inteira e eu sei o quanto é desgastante esta atividade. Não é isso que está em causa. Como não está em causa a dedicação dos enfermeiros e outras classes profissionais. Num país desigual e de flagrantes injustiças, quem vive do seu trabalho tem em geral razão. O que aconteceu nos anos da Troika e da crise económica mais profunda, afetou milhões de portugueses e não só os professores. Pretender recuperar tudo o que se perdeu é impraticável. Se uma maioria parlamentar contra-natura começa a legislar (a seguir podem contemplar os enfermeiros e dezenas de outras categorias profissionais “especiais”, injustiçadas) entra-se numa espiral irrealista (que já está a estender-se aos trabalhadores do setor privado) que nunca mais para.
Compete ao governo não tomar a parte pelo todo e decidir equilibradamente, tendo em conta o manancial de reivindicações que anda no ar. É que nenhum partido, à beira de eleições, quer ficar para trás.
Imagem: Olhares Sapo "Abstracto"
Pinto dos Santos Toni