CULTURA OU COLTURA?

CULTURA OU COLTURA1

 

Distingue-se a “Coltura” da Cultura. A “Coltura” é um termo inventado com algum humor que provém de uma marca de armas “Colt” que disparam contra todas as pessoas que questionam, fazem escrutínios e estragos nas medidas que se opõem à Democracia. Numa atitude de tirania.

Já a Cultura é saber dizer e fazer pensar. Fazê-lo com arte e usar a arte para fazer pensar para que cada um passe da sobrevivência para a sua plena vida e isso incomoda os tiranos.

É fazer pensar usando as coisas. A Cultura é, só, a melhor forma de encorajar cada um a virar as coisas ao contrário, se necessário, para depois voltar a montar melhor. A Cultura de Coimbra, que sempre influenciou a nacionalidade portuguesa (para o bem e para o mal), também usa o contraditório ou, até, para explicar o “nim” - essa invenção tão portuguesa que usa o melhor de que cada um dos opostos.

Mas, fora de opostos, forma-se, como cancro, a tirania quando se asfixia o contraditório! Quando há apenas um único pensamento, que abusa do poder, fazendo-o descaradamente perante as vítimas. Esse abuso de poder pode criar (ou cria mesmo) a revolta, que aumenta a probabilidade de descambar para “revoluções à francesa”.

Em Portugal a coisa demora um bocadinho, dado que a necessidade de mais uns cobres, de mais um apoio ou de qualquer outra necessidade básica da Câmara (ou de qualquer entidade do Estado) exige que cada um se cale e baixe a cabeça com medo que a cortem, mas de olho virado “contra o poder”. Neste medo vive, também, Coimbra.

Medo do Senhor Reitor, do Senhor Professor, do Senhor Fiscal, do Senhor Doutor, do Senhor Presidente, do Senhor Ministro e de tantos outros senhores e senhoras que fazem o que lhes apetece sem ouvirem...sim, sem ouvirem a Cultura que é feita à revelia das necessidades.

A Cultura que não necessita de apoios, e que vive com muito pouco, é verdadeiramente odiada por tiranos. Pois nada a agarra, nada a amordaça, nada a impede de fazer pensar cada pessoa. Essa coisa de pensarem pela própria cabeça SEM FILTRO NEM MEDO é um grande obstáculo a quem odeia a Democracia de forma calada.

As entidades culturais livres não são NADA como as “entidades culturais necessitadas”, como aquela, por exemplo, apoiada pelo executivo liderado pelo senhor Presidente da Câmara de Coimbra, a Associação Portugal Brasil 200 Anos (APBRA). Pois esta associação, liderada pelo irmão e pelo amigo do senhor Presidente da Câmara (criada pouco depois da tomada de posse do senhor Presidente), assumiu a programação da Casa da Cidadania da Língua (anteriormente chamada Casa da Escrita), com o município a suportar até 75 mil euros das despesas anuais. Uma entidade muito estimada pelo executivo da Câmara (porque será?), que não ajudando ao contraditório, ajuda à posição geral de um só pensamento: a procura de culpados quando faltam as ideias. Isto é o que se considera a "COLTura" ou a arma que mata a Cultura!

Essa “coltura” é a maior aliada dos fascismos e dos socialismos a caminho de um comunismo.

As políticas fascistas que usam o pretexto da defesa da nação para liquidarem tudo o que pense de forma oposta ao pequeno grupo de líderes odeia quem pense pela sua própria cabeça. Nada de ver outra coisa a não ser o “bonito” que é o fascismo, a organização da fardinha e o ódio a quem é não está formatado nas “fábricas das ovelhas ordeiras”. Mantinham um grupo de agentes “colturais” que esfrangalhavam a História em favor do tirano fascista. Assim, temos a destruição da História de Portugal por Salazar ou António Ferro.

As políticas socialistas a caminho de um Comunismo, que só atinge o êxito quando todo o mundo for comunista (o que facilita a um único pensamento), também odeiam a Cultura. Preferindo a “Coltura” que aprisiona em hospícios todos quantos questionam a humanidade do comunismo, ou matam os que insistem em pensar pela sua cabeça. Dado que consideram que a “Democracia é um instrumento da burguesia” é absolutamente necessário apagar da face da terra tudo o que pense de forma diferente das ideias marxistas.

Este último sistema político é o que tem manipulado a Cultura em Portugal desde o 25b de Abril de 1974. Num conceito baseado nas ideias de Estaline que entendia que comprar, ou ameaçar a vida (em Portugal usa-se o ostracismo em vez do desterro para os hospícios) dos agentes culturais que duvidassem da “linda” ideia do comunismo, fazia com que os pobres agentes culturais fossem os “engenheiros da alma” assim chamado por Estaline. Pois em Portugal a esmagadora maioria dos agentes são apenas “colturais”.

Neste momento estamos a viver um tempo de maior reflexão. Com a entrada de mais partidos extremistas convém acabar de vez com a “Coltura” e começarmos a defender a Cultura independente e que provoque o pensamento. Seja de esquerda seja de Direita, mas sempre a defender a Democracia.

AF