DIAS DE MENTIRAS
«Geralmente, mas nem sempre, um país coincide com um território soberano e está associado a um Estado, nação ou governo. Comumente, o termo é usado para se referir tanto para nações quanto para Estados, com diferentes definições.»
«Em sociologia, uma sociedade (do termo em latim societăs, que significa "associação") é um grupo de indivíduos se relacionando, a fim de conseguir e preservar seus objetivos comuns. Os objetivos comuns, compartilhados pelos membros da sociedade, são os próprios objetivos da sociedade, ou seja, o bem comum.
Não é um grupo qualquer, mas é um grupo soberano de indivíduos, não dependendo de forças externas, onde existe uma rede (sistema) total e abrangente de relacionamentos, na qual todos os seus indivíduos e comunidades membros estão interligados. Uma sociedade é composta por membros que compartilham um princípio fundamental, geral, vinculando todos, dentro do grupo, a uma mesma finalidade ( o bem comum)»
Um país ou Estado integra uma sociedade, sempre dinâmica. Um Estado de Direito, só o será se tiver a regê-lo uma Constituição capaz de albergar a(s) dinâmica(s) da sociedade a que se aplica.
Em Portugal, o mais alto magistrado da Nação toma posse, “em sessão solene”, jurando cumprir e fazer cumprir uma constituição vermelha, arcaica, arquitectada em circunstâncias que pretenderam salvaguardar um conceito de liberdade muito enviesado; em que as igualdade, fraternidade e solidariedade são expoentes da mais hipócrita hipocrisia.
Só isso proporciona a compreensão do que se está a passar nesta sociedade, onde o social está muito longe de atingir patamares mínimos de mínima dignidade.
Não se estranha, pois, que, confinada a sociedade em época especial, se lhe ofereça, gratuitamente, um número circense que glosa o livro vermelho que dá corpo ao circo montado, incredulamente pago e sustentado pela sociedade que o circo esbulha.
O máximo representante do governo – o palhaço rico – promete e promete sem cumprir. Na grande tenda, em nome dos interesses que se unem e confrontam maquiavelicamente, fazem-se contas às promessas exigindo que se vá mais além, sem ligar às leis da aritmética. O palhaço pobre, garante do cumprimento do livro vermelho, sem dignidade e com toda a hipocrisia que consegue calcular, atraiçoa o livro vermelho sobre o qual jurou duas vezes.
A sociedade social, sem solidariedade, vai continuar a viver, menosprezada, na mais vil das indignidades.
Sande Brito Jr
03-04-2021