PORTUGAL É GOVERNADO POR INCOMPETENTES OU POR “BONS MALANDROS”?
Na redação d’O Ponney atormenta-nos uma grande dúvida que partilhamos com os nossos leitores: não temos a certeza se Portugal (sim - Coimbra faz parte de Portugal) é dirigido por genuínos incompetentes ou se é governado por pessoas inteligentes e eficientes, mas que andam a gozar connosco.
É que, sinceramente, não sabemos responder a esta dúvida, mesmo procurando a resposta virando a questão de cabeça para baixo (que resulta algumas vezes).
Por exemplo: na cidade universitária e “ninho” de decisores para Portugal (sim- é Coimbra), para além das imensas obras todas autorizadas pela Câmara Municipal de Coimbra, vemos semáforos colocados nas entradas para rotundas.
Para além de aumentar o caos no trânsito, não deixa de ser interessante perceber que as rotundas são usadas para fluir o trânsito e os semáforos para abrandarem a fluidez. É como querer modificar um carro para andar mais rápido tirando as rodas de trás.
Também podemos encontrar piada na continuidade dos cortes de grandes árvores, mas ao mesmo tempo cultivar rebentos para refrescar o ar e oxigenar a cidade. Esta piada é semelhante a alguém desejar ter mais ar puro e por isso corta as árvores, levando charutos para fumar no descampado.
Nós, por cá, não entendemos a incompetência genuína ou o gozo que dá a pessoas inteligentes fazerem piadas que permanecem mais tempo do que a ideia de tornar Coimbra como uma cidade de grandes espetáculos que trouxessem mais grupos famosos desde os quatro espetáculos dos Coldplay.
Tal como não entendemos por que razão os sucessivos governos carregam de impostos as empresas, também os trabalhadores e defendem que tem que haver mais empreendimentos em Portugal!
Os ordenados brutos são bem mais altos do que o ordenado que cada pessoa leva para casa - será para estimular a produção?
Ou discutir na Assembleia da República o aumento ou a diminuição dos impostos e não discutir para onde estão a ser canalizadas essas verbas. É como tentar transportar água num balde cheio de furos.
A verdade é que os furos do balde transformam-se em furos jornalísticos que dão pano para muitas mangas aos jornais e pano usado para tapar os olhos à maior parte da população, que assim evita questionar e exigir o essencial. Esta falta de exigência, ao que é mais importante, dá espaço a quem quer continuar a usar a política para beneficio próprio, de amigos e respetivos familiares que necessitam mais do que o mais miserável português. Afinal a maior miséria está na ambição desmedida.
O que não deixa de ser triste.
Facilmente imaginamos uma conversa meramente como um exemplo e faz parte de um exercício fantasioso, nunca o relato real.
Seria algo como:
«- E se descobrem que estamos a meter a mão no erário público?»
O outro ri-se e responde: «- Vamos dizer que as acusações são feitas pelo adversário político e a coisa fica em “águas-de-bacalhau”, porque quando for a vez do adversário meter algo ao bolso nós também acusamos! Naturalmente eles vão dizer a mesma e, assim, todos nós não levamos a investigação a sério! Mas se a coisa for muito investigada, tornamos o processo jurídico complexo e colocamos mais do que um juiz a investigar partes do processo para o todo...» - o outro completa a frase: - «...resultar em “águas-de-bacalhau”».
Outra piada é a de argumentar que ninguém deve criticar o partido A (dito “democrata”) para não dar trunfos (sim, gostam mais de cartas do que de xadrez) ao partido B (dito não “democrata”).
A “piada” está que em vez de se corrigir o erro, se arranja maneira de calar quem denuncia o que está errado; o que manda calar é tão anti-democrático como um qualquer partido unipessoal sem ideologia! A piada está que o roto goza com o nu e os dois gozam com quem defende um ou outro.
Como escrevia um autor americano, Vernon Howard,: « A busca da verdade é, no fundo, uma enorme gargalhada.»
E assim diz-se mal dos cartoons que não estão em sintonia com crença ideológica dos que a defendem ou defendem um cartoon que critica a oposição. É uma atitude sufocante de apoio à tirania que no fundo tem a sua piada de muito mau gosto.
Só para terminar os exemplos da cidade universitária temos que o excelso reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, representante da vetusta universidade mundial, obrigou a retirar a carne de vaca das ementas nas cantinas universitárias. Sem discussão sobre os malefícios e os benefícios da carne de vaca e sem o sentido crítico dos estudantes, acaba toda a gente por reclamar que quer carne de vaca e outros a reclamarem que não querem carne, mas sem que ninguém seja informado sobre os “prós e os contras” do consumo da carne de vaca.
A piada está que, mesmo numa anciã escola superior de conhecimento universal, não se incentiva ao pensamento e apenas se fornecem as frases para se decorar de carreirinha aos estudantes “superiores”.
A Liberdade e a Democracia tem a regra básica de mesmo não concordando defendermos o direito a que se diga, mas quanto menos se souber, menos opiniões se formam e menos há para discutir - terminando numa “doce” tirania que não necessita de ser imposta pela falta de sentido crítico dos demais!
Claro que tudo isto necessita de uma base de instrução, em favor da comunidade onde nos inserimos, e muito humor para sabermos rir em primeiro lugar de nós mesmos, antes de criticarmos.
Coisa que não é nada fácil, havendo poucos coerentes professores nesta área ainda não inventada formalmente!
AF