O PODEROSO DESEQUILIBRIO DE PORTUGAL

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Portugal tem 308 municípios, dos quais 278 no Continente, 11 na Madeira e 19 nos Açores, mas 20% da população a concentrar-se nos 7 municípios mais populosos, que abrange uma área de apenas 1,1% do território.

A situação é pior quando cerca de metade da população residente em Portugal está concentrada em apenas 31 municípios , segundo os dados do Censos2021, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Neste mesmo relatório considera que os desequilíbrios na distribuição da população pelo território "acentuaram-se".

Constata o INE que "a evolução demográfica da última década ao nível do município permite verificar que os territórios localizados no interior do país perdem população e que os municípios que registam um crescimento populacional se situam predominantemente no litoral".

A este fenómeno não é estranho o fecho de Centros de Saúde; escolas; delegações dos Correios; de bancos e até da CGD; bem como de tribunais das regiões mais interiores de Portugal.

Criando um maior desequilíbrio na demografia portuguesa que concentrando população traz um agravar de problemas.

Vamos ver o valor mediano das rendas, por metro quadrado, de novos contrato de arrendamento de alojamento familiares, anual (em 2022) segundo o INE: em Lisboa o metro quadrado passou a custar 12,88 euros; na área metropolitana de Lisboa passou a custar por metro quadrado 9,86 euros; enquanto a média por metro quadrado em Portugal é de 6,52 euros.

Por uma razão de bom senso qualquer Governo, em Portugal, deveria criar condições fora dos municípios com uma população mais concentrada para a pouco e pouco ir resolvendo o problema do desequilíbrio populacional (macrocefalia de Portugal) e da falta de habitação. Os diversos Governos ou optaram por esquecer o assunto ou optaram por contrariar o bom senso e criar o subsídio mensal de apoio à renda - como foi o do Governo liderado por António Costa.

Sobre a medida do anterior Governo do PS, lia-se no site do “Potugal.Gov.PT” que «A medida, que faz parte do pacote Mais Habitação, entrou em vigor no mês de maio, quando foram feitos os primeiros pagamentos aos beneficiários da Segurança Social. O apoio pode ir até 200 euros mensais e é pago com retroativos a janeiro. No total, abrange mais de 185 mil famílias.»

Pensava-se que esta medida iria resolver um problema que, ainda, é urgente e imediato, mas não é assim!

Em reportagem feita pela rádio Renascença uma das pessoas a viver em Lisboa conta o que já todos sabemos: «É impossível, mesmo com o apoio que eu tenho do abono e o apoio que eles dão, não dá… Se uma renda é 800 euros e eu recebo 744 euros, mesmo que eu receba mais 200 euros, não dá para sustentar, para água, luz, comida, passe. Não dá. São muitas despesas».

Um país em que os governantes apostaram numa produção de mão-de-obra barata, que deixaram que aumentasse a especulação imobiliária e que insistem em reforçar as condições das áreas metropolitanas em detrimento do resto do país - entendeu, o Governo anterior, que apoiar famílias com um máximo de 200 euros durante 5 anos resolve um problema que é muito mais profundo.

Opta-se por medidas mais eleitoralistas, mais populistas, mas com resultados catastróficos para Portugal.

O que poderemos esperar deste novo Governo? - É uma resposta que ainda temos que aguardar.

AF