OS LARES PORTUGUESES
Os lares portugueses já não são como dantes.
Salvo raríssimas excepções, são infelizes.
Os lares portugueses são forçados e esforçados para albergar famílias que não se reflectem no agregado familiar.
Os lares portugueses são forçados e esforçados para distribuir familiares pelos outros lares portugueses.
Seria necessário um trabalho aturado para tipificar, hoje, a diversidade dos lares portugueses, em cuja tipificação teriam de ser incluídos os licenciados e os clandestinos.
Os censos, quando ocorrem os recenseamentos, não reflectem todas as tipificações, desde logo porque se vergam a legislação orientada e obsoleta.
Os licenciados e os clandestinos gozam da omissão das competências e atribuições de tutelas que se omitem dos seus deveres públicos.
Nos outros lares portugueses, o “Estado de Direito” omite-se do dever público de escrutinar as mínimas condições mais básicas para respeitar a dignidade humana.
O “Estado de Direito” está tão torto que não conhece a realidade dos lares portugueses.
O “Estado de Direito” omite-se de se interrogar porque morrem tantos cidadãos nos lares portugueses.
O “Estado de Direito” omite-se de assegurar os direitos à dignidade das pessoas serem, simplesmente, cidadãs.
Perpétua Paciência