Um Caso de Apicultura
(Foto retirada da net)
O município de NãoAlouresAPevide é um dos pertencentes à zona metropolitana da capital de um ex-império colonialista, num local recôndito de um mundo pequeno.
Desde a revolução que libertou o povo unido dali das amarras fascizantes, o município tem sido quase sempre regido por militantes activos do partido NãoViresACassete e, portanto, por ali toca quase sempre o mesmo.
NãoViresACassete é um partido às esquerdas: adverso à corrupção, aos esquemas, às “metralhices”, enfim, a tudo o que caracteriza só os malandrecos partidos das direitas.
O problema é o resto.
[E que problema]
No município, trabalha pelo menos toda a família do presidente e da mulher do presidente e dos amigos mais íntimos do presidente. Com dízimos para o partido, está claro. As obras públicas, mesmo que financiadas, têm sempre um Gestor de Contrato que assinou um contrato chorudo sem concurso público, consta que sempre por convite privado. Com metade do valor a reverter a favor do partido, claro está. Gestor que viola tudo e mais alguma coisa no que toca à legislação a que os cadernos de encargos dessas obras públicas têm de estar vinculados. E, está bom de se ver, inspirado em Santa Engrácia, é esse mesmo Gestor quem tudo faz para que o prazo de execução da obra não se cumpra. Para renovar o seu contrato de gestão, está claro. E o do partido, claro está. E por aí fora, desde que sobre sempre algo para dentro do bolso do partido, está claro e claro está.
Um dia destes
[É minha convicção],
cheira-me que vai haver caldeirada da grossa por causa da “raia miúda”! É que, um dia destes, há-de aparecer um “director de fiscalização” com eles no sítio e que meta tudo vermelho no branco, isto é, tudo a pratos limpos. De tão sujos que estão. É que, as intromissões dos Gestores dali, em trabalho alheio, são de tal ordem e grandeza, que o esquema poderá ser desvendado e considerado mais maléfico para a saúde pública do que qualquer pandemia.
Até amanhã, camaradas.
© TóZé Revisa
(O Autor despreza o AO90)