A professora de catequese
Fui a um encontro daqueles às cegas com uma garota que conheci no facebocas
Quando a fui buscar, não estava à espera de encontrar grande coisa, quando muito – ou o mais certo - alguém sem graça nem senso de humor.
Contudo e para espanto meu, abriu-me a porta e apareceu uma beleza de um metro e setenta de altura, mais centímetro menos centímetro, olhos bem azuis e cabelos loiros, um espanto de mulher.
Eu nem queria acreditar na sorte.
Perguntei-lhe o que fazia ela na vida; disse-me que ensinava catequese a jovens.
Francamente, fiquei um tanto ou quanto atordoado, pois nunca me tinha encontrado com uma catequista, mas como tenho a mente aberta e não ligo a esses pormenores, levei-a a jantar.
No caminho, acendi um charro e perguntei se ela fumava.
- Oh, Deus, não, o que eu diria às minhas crianças da catequese? – respondeu-me.
Continuando a conversa, retorqui:
- Tudo bem; afinal, ninguém é obrigado a gostar.
Levei-a ao melhor restaurante que eu conhecia. Pedi um bife grandinho e malpassado, e ela pediu lagosta. Pedi ao empregado de mesa para trazer o segundo vinho mais caro do menu, mas ela disse que não bebia.
Perguntei - Não bebes?!?"
Fixando-me nos olhos, o que me fez subir aos céus, respondeu-me:
- Oh, Deus; claro que não. o que eu diria às crianças da catequese?
Comida excelente, conversa fascinante, mas eu estava preocupado. É que havia um senão, talvez pequeno, mas que não deixava de ser senão: não sabia o que fazer com uma garota como aquela.
Porém, ao levá-la para casa, ao passar por um motel barato, pensei, "bem, o que tenho eu a perder?"
Com ar um tanto ou quanto desinteressado, sem a fixar, perguntei:
- Que tal irmos para um motel e namorarmos até perder o fôlego?"
Calma, descontraída, responde-me:
- Eu pensei que nunca mais me perguntavas…
- A sério? E o que é que vais dizer aos teus alunos da catequese?"
Sorrindo, pondo-me uma mão na perna, atira-me:
- A mesma coisa que lhes digo durante a semana: ninguém precisa de beber nem usar drogas para se divertir!