Como os Burros Chegaram ao Poder
Era uma vez, a forma mais imprecisa de começar um texto, desenquadrando-o mais no tempo – daí a sua imprecisão – e no espaço, a mor parte das vezes também indefinido. Então vamos nisso:
Era uma vez um rei que gostava muito de ir pesca, e naquele dia mais que nunca
A seu tempo ver-se-á porquê.
Para garantir, pensava ele, que teria um bom dia, o rei decidiu chamar o seu meteorologista, perguntando-lhe como se portaria o clima nas próximas horas.
O funcionário tranquilizou-o, afirmando que o rei poderia ir tranquilo, pois não iria chover.
Como a sua namorada morava perto do local da pesca, o rei vestiu-se a primor com as suas melhores e mais caras roupas.
Ao longo do caminho, o monarca encontrou um fazendeiro montado num burro, que lhe disse:
- Vossa Majestade, é melhor voltar para o castelo, já que hoje vai chover muito.
É claro que o rei continuou o seu caminho, pensando: "Eu pago muito dinheiro a um especialista no assunto, esse homem não sabe do que está a falar!"
Algumas horas mais tarde, começou a chover torrencialmente. O rei ficou completamente encharcado e passou grande vergonha na frente de sua namorada, que não parava de rir tal o seu estado.
Furioso, o rei voltou ao palácio e mandou o seu funcionário embora. De seguida, pediu que lhe trouxessem o fazendeiro para lhe oferecer o trabalho de meteorologista.
Chegando ao castelo, o homem disse:
- Vossa Majestade, eu não entendo nada disso, só sei que, quando as orelhas do meu burro estão viradas para baixo, isso significa que vai chover.
Dada a situação e o exposto, o rei contratou o burro.
Foi assim que, doravante, surgiu a tradição de se contratarem burros para os mais altos cargos de um governo...
Zefe
PSD (post scriptum et dictum): juro pelas alminhas do purgatório e outras menos aperaltadas que isto nada tem a ver com os governos em que Costa entrou. Nem com qualquer outro.