Diário de uma mente iluminada - 1º Episódio (ficção)

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Tou bués farto da escola. Os pressôres são umas melgas, sempre a fazer preguntas e mais preguntas. É cá uma cena completamente marada! E já sabem as respostas, por isso é só mesmo para darem cabo da cabeça ao pessoal. O de Filisofia então é o pior. Preguntas e mais preguntas sem sentido nenhum que a gente até fica co cérbro todo atrofiado. O tipo até é bacano, mas tem cá uma panca. Tipo, tão a ver... No outro dia preguntou o que eram preguntas filisosóficas... Bué fácil. Disse-lhe que eram preguntas que tinham um ponto de introgação. Ficou posseso, o tipo. Agora diz que vamos aprender dez cartas. Fiquei bué aliviado. Eu até pensava quem nem se podia jogar às cartas na escola... Já coloquei o baralho de lado e quero muito aprender como se joga isso das dez cartas para ver se gamo uns cobres à malta durante os intrevalos.

E a Protugês, aquilo é uma seca... Cantigas do amigo e do não sei quê... Mas que cena marada é aquela? Cabe na cabeça de alguém fazer cantigas prá amiga ou prá dama? Só o trabalho que dá escriver... Se querem cantorias vão pró The Voice. Tão nã é muito mais fácil enviar um Twittaro à dama e... Pumba! A pressõra também já disse que vamos falar do Alto da Nespereira. Já falei com o meu avô, que tem uma lá em casa, para montar uma escada... Mas que cena marada... O que raio vai este magano fazer para cima de uma Nespereira? Se calhar lá em cima aprendemos melhor protugês, talvez lá em cima asbiquitérias entrem melhor no cérbro...

Xinapá, o cérbro. Tão a pressôra de Biologia diz que temos extremadezoitos no cérbro... Que estranho! O corpo do mano é muito bué coiso mêmo... Já disse à minha garina que podemos ter sequeço à vontade, pois os extremadezoitos afinal servem para pensar.

A História aquilo até é maijómenos. Purizemplu, no outro dia falámos dos Zé Breus e eu fiz alta sucesso. Como conheço o Zé, o meu vizinho canda sempre com a ponta pinguda, contei a descução que ele teve por causa duns acalitros mal plantados... A pressôra até abriu a boca de espanto e ficou de tal modo emulsionada que devo ter um 20 na certa. Na próxima aula, vamos falar da batalha do Alves Barrota. Tótil. Vou já falar co meu vizinho Alves que ele deve ser entendido no assunto. Não é izagero, mas ele percebe bués de oclipses e de erecções vulcânicas e no outro dia até me falou das ninjas do Tejo... Apesar de ser çaralheiro, tem muita cultura em geral."

Eh lá, escrivi bués. Sa minha pressôra de protugês visse isto até ficava marada. No teste queria que eu escrivesse sincoenta linhas sobre uma tal Elsa de Queiróz. Eu sabia lá quem era a Elsa... Nunca vi a garina, mas se for jeitosa... Mas a fulana é estranha, parece que gosta de andar no pumba pumba co irmão... Ca sena! As coisas que temos de ouvir a protugês.

Vou bazar... Fui!"

Em Ó Pressôre