SOBREVIVÊNCIA E PREPARAÇÃO

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Mochila como casa ambulante.

A estrutura do nosso corpo foi “projetada” para suportar o nosso peso, portanto, uma mochila, será sempre uma carga extra.

Graças à nossa capacidade de adaptação, podemos até nos habituar a usá-la durante longos períodos, mas devemos respeitar certos limites. A carga máxima recomendada é de até 1/3 do peso de quem a transporta. Mais do que isso, pode gerar problemas de coluna.  Deste modo, uma boa arrumação do interior da mochila é de máxima importância.

O equilíbrio e o posicionamento do peso maior à altura dos omoplatas constitui a forma ideal de a transportar. Para ter uma melhor orientação de como arrumar o equipamento, espalhe no chão todo o material a ser transportado e vá colocando na mochila um por um ou em pequenos grupos. As roupas e agasalhos podem ir juntos às costas, prevenindo qualquer desconforto de objetos rígidos ou pontiagudos que possam incomodar. O centro da gravidade de uma mochila deve ser alto, portanto guarde sempre os equipamentos mais pesados junto às costas e na parte alta da mochila.

Confira a lista e separe o material em partes, como alimentos para as refeições ou para comer durante a caminhada, roupas para dormir e mudas, agasalho leve para a caminhada, anoraque e tenda, ou a parte dela que lhe cabe, se for acompanhado.
Lembre-se das panelas, fogareiro e talheres que também podem ser acondicionadas no interior de uma bolsa externa. O cantil, lanterna (com pilhas extra), estojo de primeiros socorros e o saco-cama em baixo ou em cima, de acordo com a possibilidade. Ainda poderá levar combustível para o fogareiro, roupa interior de reserva, papel higiénico ou toalhetes, artigos vários de higiene, utensílios para criar fogo e filtros de agua.

Consigo e/ou vestido, pode levar um lenço, gorro ou boné, calça ou calções, t-shirt ou camisa, bota ou sapatilha, dependendo do clima local.
Nos bolsos pode levar um “multitool” ou canivete, relógio, dinheiro, bloco para anotações e caneta ou lapis, binóculos, bússola e mapa e cantil ou garrafa de agua.
Tenha em atenção que todo o material que corra o risco de se molhar com a chuva ou queda em leito de agua, deve ser acondicionado em bolsas estanque ou impermeáveis.

Recomenda-se também que por dentro, coloque um saco de plástico que possa ser atado ou fechado, de modo a proteger qualquer conteúdo que não deva ser molhado. Se cair à agua, terá sempre seco o que mais deseja/precisa.

Com a prática, descobrirá os cantinhos exatos para cada utensílio e conseguirá arrumar a sua mochila de forma a parecer um pacote bem fechado, sem espaços vazios, e com as costas macias.  

AJUSTES

As mochilas, quando equipadas com cintos de anca, permitem distribuir o peso entre os ombros e o quadril e não apenas sobre os ombros e costas. Assim sendo, podemos transportar pesos de 20 quilos, ou mais, ao longo de vários dias, sem que isso se transforme num esforço fatigante. No entanto, dependemos de um ajuste correto das alças e da altura do cinto de anca, para que cheguemos a um bom equilíbrio.

Como escolher a mochila?

A escolha da mochila certa exige alguma atenção. A mochila ideal é aquela que mais se adequa às suas necessidades e atividades e à sua estrutura física. Conhecer bem a forma de as regular e saber arrumá-las da melhor forma, são detalhes que aumentam a harmonia do seu relacionamento com o equipamento, permitindo desfrutar melhor as facilidades que este lhe oferece.

José Ligeiro