SOBREVIVÊNCIA E PREPARAÇÃO IV

SOBREVI1

 

Orientação das massas


O ser humano parece sentir a necessidade de que alguém os organize, alguém que os guie, oriente, que lhes dê o que mais necessitam, que crie leis que favoreça a todos ou como se devem comportar.
Não é porque se queira ser governado, mas simplesmente porque sem organização há o caos, a anarquia e tudo à volta se torna perigoso. Por isso, com algum tipo de ordem, as pessoas sentem que pertencem a algo grandioso e que ocupam um lugar necessário ao grupo.


Isto é bom até se sentir que estamos envolvidos em algo malicioso e do qual acabamos por não conseguir escapar. Desta forma, somos forçados a fazer algo com o qual moralmente mos opomos.
Aquando do início das privações, vira-mo-nos para alguém que nos dá algum conforto ou esperança e alguns dos auto-intitulados profetas ou criadores de ideologias, conseguem convencer as massas de que o que estão a fazer é o mais certo para todos. Porque somos animais sociais, se a maioria aprovar, não adianta ser contra, pois seremos o alvo destes em pouco tempo.


O simples facto de sabermos o que pode ser bom para todos dentro das limitações existentes, poderá ser uma forma de termos quem nos siga no lugar de sermos nós os seguidores de alguém que pensa arbitrariamente e não se importa em cometer crimes para obter tudo o que necessita.


Excluir pessoas por terem tatuagens, não serem do mesmo estrato social, terem defeitos físicos, orientação sexual diferente do convencional, cor cutânea, fanatismo religioso entre outros, pode ser um fator de criação de ódios que podem levar estes a cometer crimes contra nós ou o nosso grupo apenas por despeito.
Sabe-se que o ser humano é resiliente e muitos dos afetados sobreviverão. Desta forma, aqueles que conseguirem uma posição de liderança ou que sejam simplesmente conselheiros dos líderes, poderão guiar os restantes num momento em que a civilização volte a um normal precário e mais tarde mais estável.
Gente de fora


Perante um evento catastrófico, imaginemos que numa determinada localidade, os cidadãos se organizaram de forma a ter todos minimamente bem alimentados, servidos e geridos. Tudo o que existe serve apenas aquela comunidade, mas eis que chega alguém de fora que, sozinho ou acompanhado, também é um ser humano e merece sobreviver. O que fazer?


Na grande parte dos casos, essa pessoa é reabastecida com um mínimo de bens alimentares e mandada embora, mas, se tiver algum tipo de capacidade laboral que possa favorecer o grupo, este será trazido para dentro e posto a trabalhar de forma a provar e assim, melhorar a condição de vida de todos.
Neste caso, pessoas como por exemplo canalizadores, eletricistas, carpinteiros, mecânicos, ferreiros, agricultores, médicos e até alguns tipos de engenharias, serão bem-vindos à comunidade. Tudo o resto será excluído e deixado à sua sorte.


Mesmo por entre os sobreviventes locais, todos aqueles que não se tenham apresentado como conhecedores e prestadores de serviços ou dado provas do mesmo, acabarão por ser excluídos da comunidade, seja de que modo for. Em último caso, sendo considerado inútil, o cidadão poderá ser acusado de crimes que não cometeu e morto pelas massas populacionais como retaliação. Dado a falta de recursos essenciais, todos os considerados inúteis à sobrevivência do grupo será excluído e a opção é simples: ser morto ou sair do local.

 

José Ligeiro