SOBREVIVÊNCIA E PREPARAÇÃO XXVIII

SOBREV20

 

Nos últimos tempos, tem-se dado muita importância a aspetos sobre formas de sobrevivência e autossuficiência, pois muitos se preparam para uma eventual catástrofe social devido a guerras locais ou problemas internos do país onde vivem.


Um dos grupos de onde se podem obter muitas informações sobre como se manter vivo são a comunidade AMISH. Sim, aqueles que são conhecidos por se recusarem a usar ferramentas elétricas nos seus afazeres diários e viverem como se ainda estivessem no século 18, pré-industrial.


Por outro lado, nota-se que mantêm um contacto profundo com a natureza, preparando-se sempre para o pior que possa acontecer. Apesar disto, os seus métodos estão testados e confirmados, mantendo-os vivos e saudáveis, sendo desta forma uma prova do que se pode fazer.


Irei dar-vos a ler uma pequena lista daquilo que eles fazem, guardam e preparam para uma eventualidade.
Preservação de comida – Se viver ou fugir para um local que esteja frio, neve ou até demasiado húmido durante muito tempo, como obter comida durante esses meses? Para isso tem de se criar forma de preservar o que se tem ou consegue produzir durante o tempo certo para as culturas.


Uma das formas são os enlatados caseiros, as conservas. Devidamente lavados e limpos, os alimentos são colocados em frascos convenientemente esterilizados, sendo selados com calor para criar um vácuo, preservando assim o conteúdo para aguentar anos, se necessário. Desde frutos a carnes variadas, estes bens podem ser consumidos a qualquer hora sem receio.


Água e sua recolha – A obtenção desta é feita através de bombas manuais que estão ligadas diretamente a aquíferos ou leitos subterrâneos. Por norma, sem qualquer tipo de contaminação exterior, esta pode-se beber diretamente sem algum tipo de filtragem ou tratamento.


Pode-se também colher com barris através das caleiras dos múltiplos telhados e usar todo o tipo de depósitos disponíveis para que possa ser utilizada a qualquer momento. Sem qualquer tipo de tratamento, esta pode ser usada na agricultura, dada a beber aos animais, lavar roupa ou simplesmente para usar no autoclismo. Não deve servir para beber ou cozinhar.


Cobertores e mantas – Estes bens, feitos de lã, são um bem essencial para nos proteger em momentos de maior frio. A lã é conhecida pela sua capacidade de ser um bom isolante e reter calor, mesmo quando molhada. As fibras sintéticas, após um colapso, podem não estar ao alcance de todos e estas degradam-se com maior facilidade.


Lamparinas – As lanternas da antiguidade, são uma necessidade para que possamos ver por onde andamos, seja dentro de casa ou nas proximidades da mesma. O óleo de parafina é o melhor para este tipo de equipamento, pois arde de forma brilhante e produz pouco fumo e odor.


Ferramentas não elétricas – Martelos, serras, alicates, grosas e limas, puas, berbequim manual, chaves de fendas e outras, etc., são bens essenciais para se ter na caixa de ferramentas para momentos de falta de energia, pois para uma reparação ou construção, podem ser necessárias a qualquer momento.


Fogão a lenha – Uma caixa feita de ferro que recebe madeira para produzir calor e ao mesmo tempo cozinhar os alimentos. Hoje tem-se os fogões elétricos e/ou a gás, mas, servidos por bens findáveis, não funcionarão durante muito tempo. Será sempre necessário um equipamento fiável e durável.


Lenha não é difícil de arranjar, pois há sempre árvores caídas, ramos de vários tamanhos e diâmetros ou outros bens consumíveis como papel/cartão ou até roupa velha como forma de iniciar a queimadura. A ideia é não depender constantemente de um buraco no chão, rodeado por pedras e ter assim uma fogueira. O aquecimento dentro da habitação também é uma necessidade.


Ferramentas de agricultura – Uma das mais necessárias é a enxada e o arado puxado por animal. Certo é que a maioria não tem ou terá animais de grande porte, pois estes poderão servir de alimento, forma de troca por outros bens ou até de transporte, mas poderá haver alguém por perto que tenha e uma troca de serviços ou bens pode acontecer, colmatando várias necessidades para ambas as partes.


Um machado também será necessário, pois pode haver a precisão de deitar árvores abaixo por questões de defesa, reconstruções, fortificações ou simplesmente para alargar uma área de produção de alimentos ou simplesmente fazer tábuas ou outros artigos em madeira que possam ser utilizados noutras funções como móveis ou até na criação de meios de transporte.


Rotação de plantações – Um dos fatores mais importantes para a conservação dos terrenos e manutenção da variedade de alimentos a consumir e a preservar. Esta rotação serve também para manter os solos sempre bem nutridos de forma a poder alimentar todas as plantações ou sementeiras nele postas, evitando assim a sua degradação. Por exemplo, plantando ervilhas ou feijões, aumenta os níveis de nitrogénio que beneficia o crescimento de milho ou grão.


Transporte – A bicicleta será, sem dúvida, um dos meios mais eficientes em caso de caos social. Depende apenas da nossa possibilidade física e pode levar uma carga significativa. Com algum tipo de transformação, levar-nos-á a distâncias enormes para as quais demoraríamos semanas ou até meses se fôssemos a pé. Para estas, pode haver sempre uma forma de acoplar um atrelado e aumentar assim a carga a transportar.
De mecânica fácil, não apresenta grandes desafios aos utilizadores, favorecendo até o exercício físico e uma mente atenta, algo crucial em momentos de emergência e estresse.


Uma carroça também será de grande interesse, mas para isto, será necessário haver um animal disponível. Poderá ser puxada por um ou dois homens, mas será extremamente extenuante, podendo criar problemas de saúde a médio/longo prazo.


A falta de combustível, ou eletricidade, a curto prazo, fará com que as viaturas a que nos acostumamos, acabem paradas e inoperantes.

José Ligeiro