A 25 de Março de 1223, morre D. Afonso II, "o Gordo"

Para-portugues-ler.png

Terceiro rei de Portugal (1211-1223), filho de D. Sancho I e da rainha D. Dulce, nasceu em Coimbra a 23 de Abril de 1185 e faleceu a 25 de Março de 1223. Casou com D. Urraca, infanta de Castela, e subiu ao trono em finais de Março de 1211. Recebeu o cognome de "o Gordo". Não tinha vocação militar, por isso abandonou a política de expansão territorial, preocupação dominante até então, para procurar dotar o país de uma concepção moderna da função do Estado, do rei e da unidade nacional. Com tais objectivos, logo que subiu ao trono, em 1211, convocou Cortes para Coimbra. Destas saiu a primeira colectânea de leis gerais do país, que mostram desde logo a acção centralizadora do rei na oposição aos abusos das classes privilegiadas. Foram tomadas também uma série de medidas gerais que se destinaram a garantir o direito de propriedade, regular a justiça civil, defender os interesses materiais da coroa e evitar certos abusos dos privilegiados. As confirmações, raras até este período, e que se generalizaram entre 1216 e 1221 como medida de administração pública, mostram, também, o desejo de firmar a soberania da coroa. Uma outra medida tomada para reprimir os abusos das classes privilegiadas foram as inquirições.

Esta nova política levou também a conflitos com o clero e com as infantas suas irmãs. D. Sancho I tinha deixado, por testamento, às infantas D. Teresa, D. Sancha e D. Mafalda numerosas mercês em terras e dinheiro sobre as quais D. Afonso II pretendia o pagamento de direitos régios. As infantas apelaram para o papa, que, após alguns avanços e recuos, veio a confirmar a posição de D. Afonso II. O rei  procurou minar o poder clerical dentro do país e aplicar parte das receitas das igrejas em propósitos de utilidade nacional. Esta atitude deu origem a um conflito diplomático entre o Papado e Portugal. Depois de ter sido excomungado pelo Papa Honório III, Afonso II prometeu rectificar os seus erros contra a Igreja, mas morreu em 1223 excomungado, sem fazer nenhum esforço sério para mudar a sua política.

Só após a resolução do conflito com a Igreja, logo nos primeiros meses de reinado do seu sucessor Sancho II, pôde finalmente Afonso II descansar em paz no Mosteiro de Alcobaça (foi o primeiro monarca a fazer da abadia cisterciense o panteão real).

Apesar de, como já dissemos, não ter tido preocupações militares, enviou tropas portuguesas que, ao lado dos exércitos castelhanos, aragoneses e franceses , combateram bravamente na célebre batalha de Navas de Tolosa na defesa da Península contra os muçulmanos. Alcácer do Sal foi a principal conquista do seu reinado.

Para Português Ler