Algoteca da Universidade de Coimbra (ACOI)

Transferir o conhecimento acumulado sobre as microalgas para a sociedade

Lília Santos

Investigadora

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Na Algoteca da Universidade de Coimbra (ACOI), que é a maior coleção de microalgas de água doce do mundo, perfilam-se cerca de seis mil tubos que guardam mais de 4.000 estirpes e 1.200 espécies diferentes de algas. É lá que encontramos Lília Santos, a coordenadora e investigadora responsável, que descreve o espaço como um Jardim Botânico dentro de tubos de ensaio, sublinhando a diversidade que se encontra na pequena sala climatizada da coleção.

A coleção é quase 100% de algas recolhidas em Portugal, sendo que o seu ponto de recolha pode ser algo inusitado. Para além de rios e lagos, há tubos que contêm microalgas recolhidas em espaços como os vitrais do Mosteiro da Batalha, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, a Porta Férrea da Universidade de Coimbra ou a estátua de Avelar Brotero, no Jardim Botânico.

Professora na Universidade de Coimbra há mais de 20 anos, lecionando as disciplinas de Algas e Fungos, Ficologia, Biotecnologia Algal, Limnologia e Biologia de Campo, integradas no plano curricular da licenciatura em Biologia e Mestrados em Biologia e Biotecnologia, Lília Santos foi ainda diretora e sub-diretora da comissão científica do Departamento de Botânica durante quatro anos e coordenadora do Mestrado em Biologia durante dois anos.

Na Algoteca da Universidade de Coimbra, Lília Santos associa o entusiasmo à multiplicidade de tarefas: coordena os serviços de disponibilização de culturas vivas, ADN genómico e extratos de algas, tanto a instituições como a empresas, para fins didáticos, de investigação ou comerciais; efetua consultoria e treino em taxonomia, amostragem, cultivo e conservação, criopreservação e biotecnologia de microalgas. 

É ainda responsável pela investigação desenvolvida pelo grupo de Ficologia da Algoteca e que foca duas linhas principais a biodiversidade e conservação de microalgas e a biotecnologia algal. Neste domínio, depois da recolha ao longo de mais de 30 anos, Lília Santos e a equipa à frente da Algoteca quer utilizar o conhecimento acumulado e perceber o potencial valor económico e comercial que as algas podem ter, sublinhando que as microalgas poderão ter aplicações na área da energia, alimentação e saúde.

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