BRIOSA DE CORAÇÃO PARTIDO

BRIOSA 1

 

O contrato entre a Câmara Municipal de Coimbra e a AAC/OAF, Briosa, para exploração do Estádio Municipal Cidade de Coimbra terminou em Junho de 2023, mas até Abril de 2024 ainda não se sabe se a Académica vai ou não continuar a ter contrato e em que moldes.

O senhor presidente da Câmara de Coimbra remete-se ao silêncio em relação a poder ou não voltar a existir contrato. A realidade é que se não houver contrato com a Briosa, corre-se o grande risco de ser eliminada o clube de futebol mais antigo de Portugal a AAC/OAF, carinhosamente conhecida como Briosa.

Os acordos entre governos (sejam autárquicos, sejam nacionais) e clubes de futebol, empresas privadas ou bancos têm que ser lidados com o máximo de transparência e protegendo sempre o bem público. Mas têm que ser feitos com regras claras e critérios bem estruturados. O que não pode acontecer é o silêncio e o virar de costas por parte das Câmaras ou do Governo nacional.

Por isso a AAC/OAF corre o risco de ficar de tal maneira fragilizada que pode desaparecer. Ou ir desaparecendo aos poucos e poucos.

O Ponney não fica indiferente à falta de um “Livro Branco” (documento que anuncia uma política governamental) para os diversos pelouros na Câmara de Coimbra. De maneira a que a população entenda porque se apoia, por exemplo, a APBRA (Associação Portugal Brasil que tem como dirigente o irmão do presidente da CMC), formada após a tomada de posse do atual presidente da Câmara de Coimbra, e porque razão se demora tanto para que o executivo tome a decisão sobre o contrato de exploração do Estádio Municipal Cidade de Coimbra. Ou sobre o apoio dado a uma associação cultural que é apenas fachada para uma empresa na área da cultura.

Um Livro Branco tem as diretrizes necessárias para se perceberem os critérios de apoio considerando determinadas características mais importantes para se defender a caracterização do Concelho.

O Ponney, juntamente com o Movimento de Humor, relata o que a maior parte dos conimbricenses não sabe:

- Em Junho de 2023 a CMC denunciou formalmente o acordo com a Académica de utilização e exploração do Estádio Cidade de Coimbra. Isto significa que, a partir de Julho de 2024 a Académica fica totalmente desprovida das receitas provenientes do Estádio (falamos das rendas) que, na prática, correspondem a cerca de 70% do total dos rendimentos daquele que é o clube mais antigo de Portugal;

- A um mês de terminar o campeonato da Liga 3, a AAC/OAF não tem quaisquer garantias, por parte do executivo da Câmara de Coimbra, de poder vir a manter aquela que é, atualmente, a sua maior fonte de rendimento. O que, naturalmente, vai provocar a morte da Briosa;

- Depois de 20 anos de exploração em que para além dos rendimentos auferidos, a Académica também acarretou com as despesas de manutenção do Estádio que, em abono da verdade, se hoje tem muitos dos espaços afetos a serviços e comércio deve-se ao clube. Para a Briosa, alegadamente, só lhe resta aguardar pela “sentença de morte” decretada pela CMC que virou costas àquele que é o 8º clube com mais títulos em Portugal e o único que na história defendeu a Democracia, dignificando sempre a cidade e o país. Mostrando como o executivo trata quem lutou pela Liberdade de Expressão e pela Democracia;

- Por fim, enquanto outras cidades apoiam as suas “bandeiras”; as autarquias apoiam as suas características enquanto Concelhos; em Coimbra, e de forma inexplicável, a capital de distrito parece virar as costas a um dos maiores símbolos nacionais e a condenar à morte tudo o que caracteriza Coimbra.

Não faltaram medidas claras e transparentes para que a AAC/OAF (ou qualquer outro organismo) possa continuar com alguns apoios, mas com determinadas condições que possa vedar o uso indevido destes apoios e possa ajudar a comunidade ?

Haverá, com toda a certeza gente na Câmara com capacidade para desenhar um acordo justo, claro e transparente.

FB