COIMBRA: QUE PLANO?

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Já anda tudo e uma parte de todos, os de Coimbra, à turra e à massa, por causa das próximas eleições autárquicas.

O miolo dos partidos, os seus apaziguados, os seus agentes, os seus simpatizantes e os que dependem deles, das formações políticas, começam a trazer e a levar recados… É esta esfarrapice de ideais que estilhaça tudo e compromete Coimbra.

Enquanto isso, alguns comentadores, os mais dentro da esfera dos ditos partidos, já puseram a cabeça de fora para, e nos jornais da terra e não só, traçarem caminhos dos candidatos ou virem opinar sobre apoios, as propostas e os futuros de Coimbra e do seu termo.

Os mesmos já fizeram, também, o diagnóstico a cada uma das caras que representa a esquerda, o centro e a direita, mas especialmente entre a figura socialista e social-democrata, já em roda livre para o próximo concurso eleitoral.

Está instalada, quando estamos, ainda, a uns 6 meses das eleições autárquicas, a troca de galhardetes. Sinceramente o digo: estou-me borrifando e nas tintas para esse tipo de articulista que atira pedras para um lado e beijos para outro.

O que quero, efectivamente, é que Coimbra possa desencalhar do marasmo, da passividade, da mediocridade e da falta de Planos que, e desde mais de 25 anos, tem demonstrado. E os números falam por si, nomeadamente a perda de mais de 4% de população e a falta de atrair jovens e de seduzir novas indústrias. Pelo menos, as da nova constelação do digital, dos cérebros robóticos, das farmacêuticas da engenharia que, desde o início deste novo século, começaram a aparecer (a vacina do covid é prova) e das novas esperanças de uma medicina evolutiva, suportada por computação e por ciências da 4.a revolução industrial, as que podem trazer emprego e desenvolvimento, mesmo o da qualidade social. Sem riqueza, nada feito…

Coimbra, com o seu Pólo da Saúde de grande nomeada e reconhecida competência, não conseguiu captar inovadoras empresas desse sector, como posso dar o exemplo de London/Canadá, um dos mais credenciados Centros de Saúde do Mundo ou outros nos USA.

As últimas décadas de Coimbra foram de uma inaptidão assustadora por banda da principal Entidade a quem cabe engrenar a velocidade para lhe dar rumo e a colocar nos caminhos do séc. XXI. Estranhamente, os principais partidos, o PS e o PSD, através dos seus representantes – mais enredados em questínculas partidárias e pessoais - do poder local, esqueceram-se de traçar um Plano a 5 ou 10 anos para esta Região, a de Coimbra. O PS e o PSD deixaram levar o ramal da Lousã… é um facto. A actual força maioritária na Câmara continua a esquecer-se das duas principais estações ferroviárias da Cidade (isto no ano da ferrovia, segundo o Ministro da tutela e do partido da autarquia). O tecido empresarial é frouxo, porque o município deixou de o ouvir e de propagandear Coimbra no Mundo dos Negócios. Falta um projecto inter-institucional que congregue os principais actores da Cidade: Autarquia, Universidade/Politécnico, Hospitais, Empresas (pequenas, médias e grandes, assim como a Entidade que as re presente), Diocese (é preciso não esquecer as suas valências: ensino, envolvência social - Cáritas e Conferências de S. Vicente Paulo - e Património, Misericórdia, Associações Culturais e Desportivas (AAC e outras), Comunicação Social da Região, além de figuras de relevo que possam colaborar no amanho de um Plano de futuro.

A malha dois partidos acaba por amarfanhar quantos têm muito para dar, de forma desinteressada, seguramente, para se traçar, com vontade e sem a mesquinhez daqueles e das suas ideologias, uma Coimbra integradora, acolhedora e que estabeleça um Plano visionário e afoito, de e para os futuros anos. Ainda vamos a tempo. O que é preciso é acreditar e deixarmos as capelinhas e os interesses de grupo ou de partidos, fora deste tempo… 

António Barreiros