HÁ MOTORISTAS A SOBRAREM NOS SMTUC ?

4 HA MOTORISTAS A SOBRAREM NOS SMTUC1

 

Depois de completado quase os 4 anos de mandato, a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) parece que ainda não entendeu a relevância de Coimbra ser dotada de um sistema de transportes públicos eficaz e que cubra todo o Concelho.

A discriminação negativa a que foram sujeitados algumas linhas, umas vezes por pretexto das férias escolares onde foram prolongados os horários reduzidos de autocarros para além das férias escolares. Mas que se refletiram também em outros territórios do concelho, tornou-se difícil de manter e sustentar após a publicação da Lei 52/2015 (RJSPTP), a qual veio descentralizar a responsabilidade do planeamento e da gestão do sistema de transportes públicos, da esfera do estado para os municípios e comunidades intermunicipais.

Quando a senhora Vereadora com o pelouro dos Transportes de Coimbra, Ana Bastos, ainda era uma Vereadora da oposição lamentava, com pesar, que os SMTUC não se preparavam devidamente perante as condições previsíveis. O argumento para os SMTUC, hoje, não se prepararem era, até o ano passado, pelo facto da Vereadora ter muito trabalho acumulado entre as obras e os transportes. Por isso foi resolvido, pelo executivo de Câmara Municipal de Coimbra, que a Comissão de Administração teria que ser feita por uma equipa externa, pagando a CMC uma gestão independente e focada para a gestão dos transportes municipais de Coimbra.

Como os problemas dos transportes públicos em Coimbra continuaram e até foram agravados foram feitas declarações, do próprio executivo, da Câmara Municipal de Coimbra que relataram não haver motoristas suficientes nos Serviços Municipais de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC).

Quando questionada, pela oposição, a própria Vereadora com este pelouro, Ana Bastos, afirmou que não tinha dado mobilidade a nenhum motoristas dos SMTUC para outros serviços dado que havia poucos profissionais neste serviço.

Mas a O Ponney, chegou a informação que não é bem assim e que há, ou esquecimento por parte da Vereadora Ana Bastos, ou “forçou o esquecimento” no seguimento da tão apregoada “TRANSPARÊNCIA” típica deste executivo liderado pelo seu presidente José Manuel Silva.

Pois O Ponney, tem a informação que a senhora Vereadora Ana Bastos deu a mobilidade a 4 motoristas dos SMTUC que foram para outros serviços.

Vamos ser mais claros: dois motoristas dos SMTUC foram para a Segurança Social; um para a ARS e outro para assistente técnico tráfego. O que prova que a senhora Vereadora deve entender que tem motoristas a mais nos SMTUC e que gosta de aparentar que não deu mobilidade a uma função que tem falta de pessoal - o que, alegadamente, é uma inverdade!

A realidade é que os SMTUC não têm frota nem motoristas em número suficiente para operacionalizar o serviço com que se comprometeu.

Apesar das múltiplas aquisições para alargamento da frota, verifica-se que a maioria dos autocarros usados, adquiridos à CarBus, já avariaram, havendo mesmo alguns que até avariaram pelo caminho antes de dar entrada nas instalações dos SMTUC.

Muitos deles encontram-se a engrossar a taxa de imobilizados (mesmo os comprados ao Barreiro), seja por falta de peças nas oficinas, seja de software específico. Afinal o que está a falhar nos processos de aquisição? O que pode justificar a receção de autocarros inoperacionais ou em tal estado de degradação?

Também pelo lado dos motoristas a situação é dramática. Não está fácil manter ao serviço, motoristas a auferir o salário mínimo, quando o setor privado os alicia com ordenados e condições francamente mais favoráveis. Por isso, muitos dos recém-chegados já terão abandonado os SMTUC, mantendo-se os serviços a funcionar à custa das folgas dos motoristas que por lá se vão mantendo.

A pergunta que a ex-Vereadora da oposição ao executivo liderado por Manuel Machado, eleito pelo Partido Socialista, depois de ter mudado o executivo e de Ana Bastos passar a ser Vereadora com este pelouro continua sem resposta a pergunta:

«Sr. Presidente, até quando se vai manter esta flagrante injustiça imposta pela Lei n.º 12-A/2008 de 27 de fevereiro e que obrigou os motoristas a transitar da categoria de Agente Único para a carreira geral de assistente operacional? Será que 13 anos não foram suficientes para se alterar a lei e assim banir esta desigualdade profissional e remuneratória entre pessoas que exercem as mesmas funções e responsabilidades? Ou simplesmente não há empenho nem vontade do PS para a fazer?» E é com esta pergunta feita pela própria Ana Bastos, enquanto Vereadora da oposição, que parece não ter resposta que terminamos o nosso artigo.

AF