PERIGOSA REDUÇÃO DE MOTORISTAS NOS SMTUC

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Depois de ter completado o mandato, bem como ter perdido as eleições Autárquicas de 2025 à Câmara Municipal de Coimbra (CMC), o ex-presidente da Câmara parece que ainda não entendeu a relevância de Coimbra ser dotada de um sistema de transportes públicos eficaz e que cubra todo o Concelho.

A discriminação negativa a que foram sujeitas algumas linhas de autocarro, umas vezes por pretexto das férias escolares, onde foram prolongados os horários reduzidos de autocarros, para além das férias escolares. Mas que se refletiram também em outros territórios do Concelho de Coimbra, tornou-se difícil para manter e sustentar após a publicação da Lei 52/2015 (RJSPTP), a qual veio descentralizar a responsabilidade do planeamento e da gestão do sistema de transportes públicos, da esfera do estado para os municípios e comunidades intermunicipais.

Para que não volte aos mandos e desmandos nos SMTUC (com graves consequências para os utentes dos tranportes urbanos municipais) a Comissão de Trabalhadores (CT) criaram um novo sindicato.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Urbanos do Centro (STTUC) surgiu da insatisfação de um grupo de 15 sócios fundadores, que consideram que as estruturas existentes do setor – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL), afeto à CGTP-IN; e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (SINTAP) – não têm representado os interesses dos trabalhadores dos SMTUC e têm criado mais problemas que soluções para os transportes urbanos municipais.

Todos estes problemas aumentaram quando a ex-vereadora com o pelouro dos Transportes de Coimbra, Ana Bastos, ainda era vereadora da oposição lamentava, com pesar, que os SMTUC não se preparavam devidamente perante as condições previsíveis. O argumento para os SMTUC não estarem preparados era, até 2023, pelo facto da vereadora ter muito trabalho acumulado entre as obras e os transportes - aumentando os problemas e não dando solução aos anteriores.
Por isso foi resolvido, pelo executivo de Câmara Municipal de Coimbra, que a Comissão de Administração teria que ser feita por uma equipa externa, pagando a CMC uma gestão independente e focada para a gestão dos transportes municipais de Coimbra. Uma decisão que não resolveu nenhum dos problemas dos transportes municipais de Coimbra.

Como os problemas dos transportes públicos em Coimbra continuam até hoje, tendo sido agravados segundo os próprios utentes. O próprio executivo, que perdeu as eleições, relataram não haver motoristas suficientes nos Serviços Municipais de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC).
Os ordenados dos motoristas não são compatíveis com as responsabilidades exigidas pelos SMTUC.

Estranho também é o facto de quando questionada, pela oposição, a própria ex-vereadora com este pelouro, Ana Bastos, afirmou categoricamente que não tinha dado mobilidade a nenhum motoristas dos SMTUC para outros serviços dado que havia poucos profissionais neste serviço. Mas a O Ponney, chegou a informação que não é bem assim e que há, ou esquecimento por parte da ex-vereadora Ana Bastos, ou “forçou o esquecimento” no seguimento da tão apregoada “TRANSPARÊNCIA” típica do ex-executivo liderado pelo seu ex-presidente José Manuel Silva.

Pois O Ponney, tem a informação que a ex-vereadora Ana Bastos deu a mobilidade a 4 motoristas dos SMTUC que foram para outros serviços.

Vamos ser mais claros: dois motoristas dos SMTUC foram para a Segurança Social; um para a ARS e outro para assistente técnico tráfego. O que prova que a ex-vereadora entendeu que tinha motoristas a mais nos SMTUC e que desejava aparentar que não deu mobilidade a uma função que tem falta de pessoal - o que não foi verdade e, também, pagou por isso nas eleições.

A realidade é que os SMTUC não têm frota bem gerida, não têm horários bem pensados para as populações, nem motoristas em número suficiente para operacionalizar o serviço com que se comprometeu.

Apesar das múltiplas aquisições para alargamento da frota, verificou-se que a maioria dos autocarros usados, adquiridos à CarBus, já avariaram, havendo mesmo alguns que até tinham avariado pelo caminho antes de dar entrada nas instalações dos SMTUC.

Muitos deles encontram-se a engrossar a taxa de imobilizados (mesmo os comprados ao Barreiro), seja por falta de peças nas oficinas, seja de software específico. Afinal o que está a falhar nos processos de aquisição? O que pode justificar a receção de autocarros inoperacionais ou em tal estado de degradação?

Não tem boa gestão de horários pelas linhas sobrepostas e outras demasiado espaçadas, bem como horários que não contemplam o real circuito dos autocarros.

Também pelo lado dos motoristas a situação é muito dramática. Não está fácil manter ao serviço, motoristas a auferir o salário mínimo, quando o setor privado os alicia com ordenados e condições francamente mais favoráveis. Por isso, muitos dos recém-chegados já terão abandonado os SMTUC, mantendo-se os serviços a funcionar à custa das folgas dos motoristas que por lá se vão mantendo.

A pergunta que a ex-vereadora da oposição ao executivo liderado por Manuel Machado, eleito pelo Partido Socialista, depois de ter mudado o executivo e de Ana Bastos passar a ser ex-vereadora com este pelouro continua sem resposta à pergunta:

«Sr. Presidente, até quando se vai manter esta flagrante injustiça imposta pela Lei n.º 12-A/2008 de 27 de fevereiro e que obrigou os motoristas a transitar da categoria de Agente Único para a carreira geral de assistente operacional? Será que 13 anos não foram suficientes para se alterar a lei e assim banir esta desigualdade profissional e remuneratória entre pessoas que exercem as mesmas funções e responsabilidades? Ou simplesmente não há empenho nem vontade do PS para a fazer?» E é esta a verdadeira questão (feita pela ex-ex-vereadora Ana Bastos) que parece não ter resposta.

Agora com o novo executivo aguardamos que finalmente os SMTUC tenham resolução. Pois os transportes públicos devem ser a grande alternativa para não aumentar a poluição em Coimbra.

AF

17-10-2025