PROIBIÇÃO OU PEDAGOGIA EM COIMBRA?

O senhor Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, entende exibir, com forte protagonismo - dado a repetição do assunto, o aumento das multas feitas pela Polícia Municipal . Numa tentativa para dissuadir o mau estacionamento em Coimbra, a verdade é que nem todos os sítios em Coimbra têm a acutilante vigilância do senhor Presidente, José Manuel Silva, nem dos agentes da PM.

Mesmo sabendo que há espaços que requerem soluções diferentes em Coimbra, o Presidente José Manuel Silva, alimentou uma certa polémica sobre se o uso de um método que talvez não seja muito próprio para um Presidente de um Município universitário como é Coimbra é merecedor de correção ao erro. A realidade é que os meios mais opressivos não reduzem a infração. Caso contrário os países que aplicam a pena de morte já não tinham criminalidade o que está demonstrado pelo mundo que é exatamente o oposto. Os países mais opressivos têm maior criminalidade.

Mas polémicas à parte, a verdade é que também há fotografias que testemunham que veículos da Câmara estacionam em cima dos passeios ou de ruas entupidas com estacionamento de diversas viaturas que impedem a passagem de autocarros ou outros que necessitem de passagem. O que entra em contradição com a exibição do executivo municipal de Coimbra. Talvez no pressuposto que diz “olha para o que eu digo e não olhes para o que faço”.

Qualquer viatura, seja automóvel, carrinha, trotineta ou o que seja, que esteja estacionada em local inapropriado deve ser multado. Não podendo ser motivo para exibição pública de regozijo pelo presidente do executivo Municipal de Coimbra, por uma questão de proteção da figura política.

Sem dúvida que há condições mais urgentes do que outras. O caso de ruas mais estreitas como a Alta de Coimbra, o Polo I, junto às escolas (primárias e secundárias) onde não há qualquer respeito no estacionamento ou na avenida Marnoco e Sousa (onde está localizada a sede da Associação Nacional de Municípios Portugueses - ANMP) onde os muitos automóveis estacionam. Até caravanas estão aí estacionadas. Estas infrações de transito nestes espaços impedem a passagem de autocarros ou de ambulâncias que necessitem de passar por estas zonas.

Enquanto há muitos espaços sem a vigilância da Polícia Municipal o senhor Presidente da Câmara de Coimbra continua a vangloriar-se politicamente com o maior número de multas, em vez de exibir as alternativas de estacionamento na cidade.

Um dos casos claros é o do estacionamento, criado no tempo deste executivo municipal, ao lado do jardim Escola João de Deus na Solum apenas para os encarregados de educação dos alunos das duas escolas primárias.

A Câmara Municipal de Coimbra (CMC) explica a O Ponney sobre o espaço que existe que limita a entrada de viaturas, mas que ainda assim permite a entrada e a saída de viaturas. A resposta enviada pela CMC: « (...) devido ao incumprimento das regras estabelecidas, nomeadamente o tempo limite de permanência de 25 minutos, por parte de alguns encarregados de educação, situação que leva a que outros que cumprem não consigam igualmente sair dentro do tempo limite, assim como pela falta de atendimento do sistema de apoio, as floreiras foram arrastadas e os veículos que não cumprem encontram-se a contornar as barreiras.»

Ou seja a admissão de uma infração e da incapacidade de aferir a tecnologia que limita o tempo de permanência num estacionamento que deveria ser público (dado o capital ser público) leva a que o executivo da CMC opte pelo mais fácil: permite que haja o incumprimento geral.

O que não combina com a comunicação do aumento de multas por mau estacionamento na cidade e que reforça a incapacidade da CMC em encontrar soluções de correto estacionamento.

Por outro lado as próprias viaturas da Câmara, que deveriam ser exemplo, podem ser, também, encontradas em infração grave.

O que é ainda mais grave é que faltando o exemplo de correção por parte da própria Câmara, a publicação das “informações pedagógicas de regulação do ESTACIONAMENTO”, como escreveu o senhor Presidente da Câmara, só aumenta a crítica e a falta de confiança dos cidadãos moradores no Concelho de Coimbra.

AF
04-04-2025