TAXAS AUMENTAM PREÇO DA ÁGUA TODOS OS ANOS EM COIMBRA

AGUAS DE COIMBRA1

 

A subida das taxas, que somam ao consumo de água, em Coimbra, têm aumentado todos os anos desde a tomada de posse do executivo camarário liderado por José Manuel Silva. Cada ano os consumidores verificam que suas faturas de consumo de água estão mais altas de ano para ano.

Uma das justificações para os aumentos das taxas prende-se com as obras de mudança de canos externos que tem brindado a cidade de obras onde se confundem as obras do Medtro Mondego com as obras da empresa municipal Águas de Coimbra.

A justificação da Águas de Coimbra salienta que todos estes aumentos de tarifários deverá levar a empresa a ter um resultado positivo. Por exemplo: em 2023 o aumento do preço das taxas era para que o resultado do saldo da Águas de Coimbra previsto fosse de 883 mil euros, ao invés dos 167 mil euros negativos. No documento, a empresa municipal realça ainda que esta proposta pressupõe que o caudal de efluente não ultrapassasse um volume orçamentado de 12,5 milhões de metros cúbicos por ano (cujo tratamento é pago à Águas do Centro Litoral). Por, talvez não ter sido cumprida a expetativa é que voltou novo aumento para este ano de 2024.

Como a empresa municipal Águas de Coimbra, provavelmente não teve lucros dos tais 883 mil euros em 2023, foi proposto novo aumento ao executivo da Câmara Municipal de Coimbra que imediatamente aceitou e voltou a ser votado novo aumento no preço da água.

De recordar que em 2021, foi também aprovado um aumento de cerca de 10% na taxa variável do tratamento das águas residuais da empresa municipal, ao mesmo tempo que se manteve o preço das restantes componentes da fatura.

O tarifário de 2022, o de 2023 e agora o aumento para 2024 foi aprovado com os seis votos a favor da coligação Juntos Somos Coimbra e cinco contra (quatro do PS e um da CDU).

Estes aumentos acompanham a atualização dos preços do abastecimento e saneamento “em alta” por parte da Águas do Centro Litoral (AdCL), que fazem um aumento na mesma percentagem para 2024, recordando ainda o momento de inflação e de aumento de custos de energia que afetam também esta empresa municipal. Mas o custo de vida parece afetar apenas a empresa municipal Águas de Coimbra que tem procedimento como se fosse uma empresa privada.

Por exemplo, ainda no tarifário de 2023, um consumo de água que pague 12,46 euros, era acrescentado 11,76 euros para saneamento, tratamento de resíduos no valor de 6, 24 euros, mais as taxas de água e saneamento no valor de 0,60 euros, mais o IVA de 6% que soma 1,49 euros. Ou seja para um consumo de água de 12,46 euros para uma casa com um casal tudo o resto levava 20,09 euros. O que é o mesmo que dizer que o preço da água é quase um terço do valor que o consumidor tem que pagar.

Aqui o ponto importante é a gestão da empresa municipal, onde os consumidores de água pagam a boa ou a má gestão. Dado que há aumentos todos os anos desde que o atual executivo tomou posse devemos ter conhecimento da anterior gestão da Águas de Coimbra.

Por isso O Ponney lembra que o ex-presidente do Conselho de Administração das Águas de Coimbra (CAAC), senhor Vítor Carvalho, que tinha sido ex-diretor financeiro das duas últimas campanhas ganhadoras do PS e é dono de uma grande empresa de metalomecânica, o que sem dúvida demonstra poder em Coimbra.
Lembramos que esse poder foi usado para contratar uma solicitadora que é mãe do neto do senhor ex-presidente das Águas de Coimbra e que vive em união de facto com o filho do ex-presidente sem que haja qualquer sanção a esta prática pouco correta de gestão.

Os argumentos que vieram a público foi que não havia relação "legalmente tipificada" entre o ex-presidente CAAC e a solicitadora, nem que haja "participação do presidente no ato de autorização do procedimento" e que apesar de ter assinatura nos contratos nada sabia o “sogro” dos contratos com a nora.

Seria de esperar que a empresa municipal mandasse fazer uma auditoria para explicar muito bem esta situação de alegada gestão incorreta, mas parece que se opta por aumentar o preço na fatura do consumo de água para, também, se tapar uma certa gestão de poder fazer sem dar contas.

Dado as condições extremas de saldos negativos na empresa municipal que argumentam um aumento anual no preço total da fatura da água para todos os consumidores convém perceber quanto ganham as pessoas que fazem parte do Conselho de Administração das Águas de Coimbra (CAAC).

O senhor Presidente do Conselho de Administração, José Sá Marques, tem um vencimento fixo mensal (bruto) de 4.141,30 euros e despesas de representação de 594,30 euros. O senhor Administrador Executivo, Filipe Fernandes Vítor, tem um vencimento fixo mensal (bruto) de 2.908,22 euros, mais despesas de representação de 594,30 euros. Mais uma Administradora Não Executiva cujo ordenado não é obrigado a constar.

Os ordenados são em função das responsabilidades profissionais que cada pessoa tem, mas temos que perceber que sendo uma empresa municipal os critérios deverão ser diferentes dos de uma empresa privada e havendo investimento público deve igualmente haver escrutínio público, onde o executivo da Câmara Municipal de Coimbra tem uma grande responsabilidade.

Afinal o aumento do preço na água não é propriamente um atrativo para aumentar a população em Coimbra - que sempre foi uma preocupação do candidato José Manuel Silva. Hoje, como presidente da Câmara de Coimbra pensará que o aumento da população em Coimbra não é propriamente uma principal prioridade.

JAG