USF CELAS À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS

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A aplicação informática “@Coimbra”, mandada produzir pelo executivo da Câmara Municipal de Coimbra, para que os cidadãos possam reportar diretamente para a Câmara, o que encontram de errado na cidade, com responsabilidade do Município de Coimbra parece não funcionar com a questão da falta de informação sobre as obras no Centro de Saúde de Celas.

Isto a julgar pela publicação no seu site da Unidade de Saúde Familiar (USF) CoimbraCelas criticando esta semana e publicamente a Câmara Municipal de Coimbra por manter uma “postura passiva” em relação à degradação do edifício onde ainda está em funcionamento a Unidade de Saúde de Celas. Este edifício está em “incumprimento com as normas de saúde pública de segurança e salubridade para com os profissionais e utentes” segundo informação dos responsáveis pela USF CoimbraCelas.

Diz o responsável pela USF, João Rodrigues, no documento que enviou para a Câmara Municipal de Coimbra: « Sabemos que em janeiro de 2024, a Câmara Municipal de Coimbra (CMC), aceitou o auto de transferências de competências na área da saúde, tendo ficado proprietária dos edifícios dos Centros de Saúde de Coimbra, onde se incluiu o CS de Celas.
Passaram dois anos desta informação, além de constatarmos que as obras estão paradas desde longa data, mais nada sabemos!
Questionámos a ULS de Coimbra que nos informou que o dono do Centro de Saúde e
responsável pelas obras é a CMC.
Nesse sentido, gostaríamos de ser informados de qual é o ponto de situação da temática em causa para podermos perspetivar um cronograma de mudança de instalações.»

Por parte da Câmara de Coimbra não houve qualquer contacto anterior, nem posterior ao envio deste documento enviado a 27 de Maio deste ano.

«Em relação às atuais instalações, salienta-se as enormes dificuldades de acessibilidade pela Avenida Afonso Henriques por ausência de rampa exterior que permita contornar o obstáculo das escadas, o imóvel sem isolamento com janelas e persianas obsoletas que não permitem a devida privacidade, além da impossibilidade de se criarem condições mínimas para se adequarem as salas de tratamento de enfermagem com o espaço devidamente arejado.

E, não menos importante, o espaço comum do CS de Celas, tanto o acesso ao único
elevador como o espaço das obras, estão simplesmente abandonados, sem manutenção, incluindo o próprio jardim e pátio de estacionamento com incumprimento das normas de saúde pública de segurança e salubridade para com os profissionais e utentes, salientando-se também, a ausência de espaço de estacionamento controlado (segurança ou cancela) para os utentes com mobilidade reduzida.»

Os representantes da Unidade de Saúde Familiar frisam que, apesar “dos inúmeros alertas e de um ofício enviado” à autarquia, o executivo municipal continua “sem apresentar soluções ou prazos concretos para a conclusão das intervenções necessárias”.

Por humor podemos considerar que se este reporte fosse por intermédio da aplicação informática “@Coimbra” a questão da USF CoimbraCelas já estaria resolvida...ou talvez não!

Depois da publicação no próprio site da USF CoimbraCelas e da comunicação social o executivo da CMC, resolve, depois da pressão pública, responder que os trabalhos executados naquela empreitada foram financiados «ao abrigo de um programa de financiamento designado PEDU 2020, com requisitos de elegibilidade em termos construtivos / eficiência energética significativamente menos exigentes que os atuais programas de financiamento».

Pressionada por uma resposta a autarquia, na mesma resposta ao jornal “As Beiras”, esclareceu que «as obras executadas no âmbito daquele aviso poderão ter de vir a ser “demolidas” para dar lugar a outro tipo de acabamentos e infraestruturas com requisitos que cumpram os níveis de eficiência energética muito mais exigentes destes novos avisos», clarificando que o atual projeto de execução «não cumpre os requisitos dos avisos PT 2030». O executivo municipal, sem apresentar custos, salientou que os valores da nova empreitada vão ser «significativamente superiores aos trabalhos que se encontravam em saldo na empreitada anterior».

Um facto claro é que a USF CoimbraCelas não foi contactada pelo executivo da Câmara de Coimbra, nem tão pouco obteve resposta da CMC, porém só depois de ser público é que responde.

AF
06-06-2025