A TODOS OS ACADEMISTAS

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A secção de futebol da Associação Académica de Coimbra (mais conhecida por Académica) que existia a 25 de Abril de 1974 foi extinta numa Assembleia Magna a 20 de Junho de 1974. O fanatismo político reinante na Universidade, fomentado pelo partido comunista e por alguns pseudointelectuais de esquerda, com febre revolucionária, que se achavam mentalmente superiores a todos os outros, influenciou alguns estudantes e seus representantes a encetarem uma luta visando o controlo da referida Universidade e a extinção de algumas das suas secções. Fizeram circular argumentos desajustados e mentiras, dizendo que os seus atletas e dirigentes eram gente comprometida com o regime fascista, recebiam dinheiro do estado e a secção de futebol funcionava à revelia dos princípios amadores, para justificarem a sua extinção e dar lugar a uma secção totalmente amadora que mais tarde foi criada (1977) e que hoje se chama Académica-Secção de Futebol (SF).

Na luta jurídica subsequente argumentou-se que o primitivo Clube Académico de Coimbra, fundado em 1861, tinha estado na origem da Associação Académica de Coimbra e que a passagem integral dos direitos desportivos da secção de futebol da AAC era legítima. Assim passou o Clube Académico de Coimbra (CAC) a assumir o seu lugar no Campeonato Nacional da primeira divisão.

Alguns anos se passaram e em 27 de Julho de 1984, numa louvável tentativa de recuperarem a tradição e a antiga relação, Jorge Anjinho presidente do Clube Académico de Coimbra (CAC) e Ricardo Roque presidente da Associação Académica de Coimbra, assinaram um protocolo que resultou na extinção do Clube Académico de Coimbra (CAC) e na criação de um organismo autónomo a que passaram a chamar Académica-OAF, onde o futebol profissional podia coexistir, dentro da Associação Académica de Coimbra. Essa criação foi posteriormente aprovada em Assembleia Magna da Universidade passando a haver, desde essa altura e reciprocamente, representantes nos órgãos dirigentes da Universidade e do OAF.

Assim, a Académica- OAF passou a ser uma parte integrante da Universidade, aliás como outros Organismos Autónomos de que são exemplos o Orfeon, a Tuna Académica, o TEUC, entre outros.

Isto é o que eu sei, vivi e senti.

Com a criação das SADs e as SDUQ's, muita coisa mudou em Portugal.

Descobrirem uma solução para a Académica-OAF sem terem em conta a sua idiossincrasia, a razão da sua criação e a sua posição dentro da Universidade e de Coimbra, é matarem à nascença essa mesma solução e transformá-la numa outra coisa qualquer...

José Costa