ACADÉMICA - HÁ VITÓRIAS QUE TÊM UM GOSTO ESPECIAL!

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Há vitórias que têm um gosto muito especial.
Esta em Alverca foi, seguramente, uma delas.

A primeira vez a jogar fora nesta época, depois de um empate frustrante em casa e perante um adversário de reconhecidos méritos e ambições, que se apresenta como um dos candidatos à subida, ou, no mínimo, à passagem à fase que permite alcançar tal desiderato.

As perspetivas não eram, à partida, particularmente animadoras e à medida que o jogo se desenrolava ia-se percebendo quão difícil seria regressar a Coimbra com um bom resultado no bornal.

Uma primeira parte equilibrada, com mais oportunidades de golo para o lado dos da casa, tendo havido apenas um lance de maior vibração quando o Perea, em boa posição para visar a baliza, optou por servir - mal - um colega, desbaratando a hipótese de ser feliz.

No segundo tempo acentuou-se o domínio do Alverca, com a Académica mais recuada, aparentemente mais preocupada em segurar o pontinho e em evidente défice físico.

Foi, pois, sem surpresa que sofremos o golo, que logo pensei ser o do nosso descontentamento.

Mas assistiu-se, então, a uma boa reação, a um apelo às últimas energias, e o milagre aconteceu! Um penalty assinalado a nosso favor praticamente no último minuto do tempo regulamentar e um outro já em pleno período de descontos.

Em ambas as ocasiões o “cafetero” Perea - que até nem estivera muito inspirado- assumiu a responsabilidade da conversão e das duas vezes, irrepreensível, não perdoou.

E assim se transformou, num repente, uma derrota anunciada numa vitória de grande alcance e enorme júbilo, que, até pelas circunstâncias em que ocorreu, pode muito bem servir de rampa de lançamento para a época de conquistas e sucessos por que as gentes da Académica tanto anseiam.

Jorge Pedroso de Almeida