Amor à Académica

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Mesmo nascendo numa bela cidade como Lisboa, também nos podemos perder de amores por outra, como é o caso da maravilhosa cidade de Coimbra.

Tendo raízes familiares beirãs, a região mais bonita de Portugal, era para mim impossível não gostar da Académica e não me render ao seu encanto

Porque era diferente, única e mágica. Tal como ontem, também hoje!

Porque os seus valores e génese, assentes na academia, são absolutamente diferenciados e singulares no nosso país.

Coimbra tem há muito teimado em se cruzar comigo, invariavelmente em momentos marcantes e memoráveis.

Como foi o caso da final da Taça, em 2012, no Jamor. Onde três gerações da minha família vibraram com uma final histórica, na qual a massa adepta da Briosa ombreou nas bancadas com a de um dos “chamados” grandes, levando ainda por cima a melhor no relvado, com o golo eterno do nosso Marinho.

Um dia que jamais se esquecerá, perpetuado na nossa memória colectiva.

Mesmo a 200 quilómetros de distância, a Briosa está sempre presente no meu quotidiano, sócio há duas décadas, com as quotas religiosamente em dia.

Aliás, aproveito para evocar e relembrar com saudade o nosso presidente Campos Coroa, o homem que, a par de Fausto Correia, me lançaram o desafio de me tornar sócio e me transmitiram os valores da nossa querida Briosa.

Perguntar-me-ão: agora, após ter caído no abismo, terá a Briosa ainda salvação? Claro que sim. Uma instituição com quase 135 anos não pode simplesmente desaparecer. Até porque sendo única, faz muita falta ao desporto português. Nem nenhum adepto e sócio jamais poderia aceitar de ânimo leve tal fatalidade.

Com uma SAD, com uma SDUQ, com investidores, sem investidores, sinceramente não sei. O que sei é que a Académica faz parte da minha vida e por isso não concebo que o seu futuro possa ser alienado, mesmo com esta queda histórica e trágica na terceira liga.

Porque, tal como Lisboa necessita do azul do seu Tejo, Coimbra e as suas simpáticas gentes necessitam da mística da Briosa. Elas e eu! 

Nuno Moreira de Almeida