Desilusão

 

Para isto não valia a pena “repetir o jogo. Não, não valia. É certo que cada jogo vale o que vale: a bola é redonda, há um número igual de jogadores em cada equipa ao mesmo tempo, e há três “imparciais” que nem sempre o são.

Este não era um jogo do tudo ou nada; não, não era, mas a Académica “precisava” de ganhar. E, para isso, não podia andar com pezinhos de lã, principalmente a parir do dois a um, um golo esforçado obtido pelo jogador mais “perfeito” do plantel a quem ainda não foi ensinado como e quando se deve desembaraçar da bola; como se deve romper a grande área e ir até à baliza ou ser rasteirado na grande área.

A equipa, sempre cautelosa, ainda não aprendeu que nos lançamentos laterais não há fora de jogo, e que pode e deve tirar partido disso, fazendo os lançamentos com rapidez. Outro senão: numa altura em que era preciso ter a bola longe da sua baliza, a equipa da Académica, brincava com ela por perto da sua baliza. E o resultado foi o que se viu.

Não fiz contas, mas penso que o sonho morreu hoje no Calhabé! 

 

Vejamos:

 

Na “repetição” do prélio relativo à 26.ª jornada da II Liga, Académica e Vilafranquense voltaram a dividir os pontos, protagonizando desta vez um jogo impróprio para cardíacos, que culminou num em empate a duas bolas, ou melhor, a dois golos, quiçá golaços!

O jogo pode resumir-se a muita luta, mas com poucos remates,

Envolvida na luta pela subida à I Liga, a Briosa – que até o quis ser - entrou mandona e assumiu o controlo da bola. Contudo, não foram capazes de causar perigo em ataque posicional e só Mike foi capaz de assustar o guardião Maringá. O emblema de Vila Franca de Xira experimentou o ataque em profundidade e as transições, mas foi igualmente ineficaz. O cronómetro foi avançando, com sinal mais dos visitados, a luta pela bola intensificou-se e prova disso foram as pequenas mazelas com que Mohamed Bouldini e Marco Grilo ficaram.

Logo no arranque da etapa complementar, no seguimento de um canto, o conjunto de Coimbra chegou à vantagem: Gonçalo Santos cometeu falta dentro da sua área, sobre Ricardo Dias, e Zé Castro (50') não falhou a conversão do castigo máximo.

O golo sofrido “provocou” os forasteiros, que estiveram perto do empate, só que Evandro Brandão não revelou a melhor pontaria. Do outro lado, o recém-entrado Leandro Sanca revelou-se o principal agitador e obrigou Maringá a uma boa intervenção. Aos 75 minutos, na sequência de um livre lateral, Mika negou o autogolo de Ricardo Dias, no entanto nada pôde fazer perante Evandro Brandão, que desta feita não falhou o empate. Apesar deste cenário de empate, as equipas não baixaram os braços e a Académica acabou por ser a equipa feliz: na sequência de um livre de Zé Castro, Rafael Vieira cabeceou para o coração da pequena área e Leandro Sanca (94') apareceu a finalizar. Contudo, também houve tempo para o Vilafranquense ser feliz: aos 98 minutos, na execução perfeita de um livre direto: Eric Veiga assinou um golaço e a divisão pontual.

Não obstante o empate, a Académica ainda terá hipóteses de chegar ao terceiro lugar (play-off de subida), estando obrigada a ganhar ao Leixões e esperar que o FC Arouca perca diante do GD Chaves, duas quase impossibilidades.

Retenhamos: a esperança é a última chama a arder. Que o diga o Vilafranquense após o jogo de hoje.

 

Mas, aos 90+8 minutos, Veiga restabeleceu a igualdade na marcação de um livre direto, com a bola ainda a tocar no poste e a encaminhar-se para a baliza defendida por Mika.

 

Jogo no Estádio Cidade de Coimbra (EFAPEL)

 

Académica - Vilafranquense, 2-2 (ao intervalo: 0-0).

 

Marcadores: 1-0, Zé Castro, 50 minutos (de grande penalidade); 1-1, Evandro Brandão,74; 2-1, Sanca, 90+4; e 2-2, Veiga, 90+8.

 

Equipas:

Académica: Mika, Fabiano, Rafael Vieira, Zé Castro, Mike (Fábio Vianna, 83), Dias, Mimito (Sanca, 66), Guima (Silvério, 90+7), Traquina (Dani, 84), Mayambela (Chaby, 66) e Bouldini.

Vilafranquense: Maringá, Marco Grilo (Marcos Vinicus, 58), Diogo Coelho, Bidi (Rodrigo Rodrigues, 71), Vítor Bruno, Gonçalo, Jefferson, Leonardo (André Dias, 71), Rúben Gonçalves (Vitinho, 58), Nuno Rodrigues e Evandro Brandão (Veiga, 82).

 

Árbitro: Iancu Vasilica (AF Vila Real).

 

Assistência: Jogo realizado à porta fechada devido à pandemia de covid-19. Faltas a meio campo, para travas a académica; faltas perto da baliza da Académica para beneficiar o Vilafranquense…

Imagens: ROGÉRIO FERREIRA/KAPTA E JORNAL A BOLA

A-CA-DÉ-MI-CA

ACA-DÉ-MICA

ACADÉMICA

 

BRIIIOOSAAAAAAAAAAA