E A DOCE ILUSÃO…ACABOU AINDA NO VERÃO

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Desenganem-se aqueles que, embalados por uma prestação bem conseguida na época passada, só atraiçoada, a partir de certa altura, por falhas inesperadas, comprometedoras e incompreensíveis, acreditavam que seria possível este ano voltar a lutar, ombro a ombro e até ao fim, pela subida de divisão.

Bastaram quatros jornadas, com uma sucessão de resultados desastrosos - um empate e três derrotas - para inviabilizar a ambição de andar lá por cima na classificação. A fazer lembrar o que aconteceu há algum tempo, durante a passagem, de má memória, de César Peixoto, em que aconteceu algo de semelhante. O treinador de então foi dispensado ainda no dealbar do campeonato, mas o mal estava feito e, apesar das melhorias depois evidenciadas, já não se foi a tempo.

Hoje, mais uma derrota, perante um Feirense, perfeitamente ao nosso alcance, a anos luz da equipa ambiciosa e recheada de grandes jogadores da época passada. Um entrada em jogo da Académica bem conseguida, com domínio absoluto das operações, agressividade, velocidade, jogadas bem delineadas, numa demonstração clara de que existe qualidade no plantel para aspirar a mais altos voos. Com a pecha habitual da falta de eficácia, a deixar a ideia de que dificilmente se chegaria ao golo.

A partir do meio da primeira parte, a supremacia academista foi-se diluindo, o Feirense equilibrou a partida e as equipas foram para intervalo com um 0-0, que penalizava mais a Briosa. Na segunda parte, o adversário, que se apressou a fazer uma substituição, apareceu com outra determinação e disposição tática e foi tomando conta do jogo, perante uma Académica cada vez mais retraída, temerosa, a acumular perdas de bola, passes errados, faltas e cartões e sempre com a mesma inoperância. As substituições, umas forçadas outras por opção, nada trouxeram de novo e não resultaram (como é habitual). Não foi por isso grande surpresa o golo castigador, já bem próximo do fim, que nos conduziu a mais uma derrota, a deixar a Briosa em muito maus lençóis, nos baixios classificativos.

As perspetivas são cada vez mais sombrias, com uma equipa nervosa, intranquila, insegura, desequilibrada, sobre brasas, que não parece, de momento, ter condições para alterar o rumo dos acontecimentos, se se mantiver todo o status quo. E com uma estranha falta de informação, que nos deixa sem saber a razão pela qual ainda não jogaram alguns jogadores importantes contratados neste defeso, nem foram convocados os que chegaram mais recentemente nos últimos dias do mercado.

É urgente fazer algo, fazer subir os níveis de motivação e de confiança e, como não é possível reformular todo um plantel, só antevejo a solução mais frequentemente seguida nestas circunstâncias, já hoje posta em prática, aliás, pelo nosso adversário da próxima quinta-feira, que se irá apresentar em Coimbra com novo comando técnico. Não é remédio milagroso, de sucesso garantido, mas, quando se constata a necessidade de agir/reagir, não pode haver hesitações, delongas, ou medo de errar, sob pena de se deixar passar o tempo certo.

Imagens: AAC/OAF e MANUEL MORAIS/KAPTA (zerozero)


                                                                                                                                                                                                                                     Jorge Pedroso de Almeida