ERA PRECISO SOFRER TANTO, ZÉ NANDO?

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No jogo de hoje, frente ao Fontinhas, só uma coisa interessava verdadeiramente: a conquista dos três pontos.

O objetivo foi alcançado, graças a mais um golo do Perea, que possibilitou interessante subida na tabela classificativa, até ao 8° lugar, ultrapassando de uma só penada, Real, Fontinhas, Moncarapachense e Vitória F. C., e dando a devida continuidade à brilhante vitória conseguida na ronda anterior, em casa do Sporting.

Dois triunfos consecutivos reforçam o ânimo e os índices de confiança, permitem que se instale no seio da equipa um clima de maior tranquilidade e serenidade, fazem crescer a esperança e o entusiasmo de sócios e adeptos.

Não se assistiu a uma grande partida de futebol. Desde logo, porque o Fontinhas apresentou fracos argumentos e o que temos visto esta época é que as exibições da Académica são tanto melhores quanto maior é o nível e a qualidade dos seus adversários. Mas, também, por culpa própria, pois, apesar de a Briosa ter tido quase sempre maior posse de bola e apostado mais no ataque, nunca assumiu aquela postura mandona e dominadora que se esperaria face à enorme importância de que se revestia este confronto.

A equipa parecia hesitar entre a vontade e o arrojo de buscar uma vitória tão essencial e o receio de poder ser surpreendida por mais um resultado desfavorável.

Acho que o Zé Nando nos poderia ter poupado a tanto nervosismo e ansiedade se, desde o primeiro minuto, tivesse incutido na equipa  maior ambição e ousadia na procura do golo. E porque já se percebeu que há no Perea algum excesso de ingenuidade e voluntarismo, bem que o poderia ter retirado do campo antes da expectável exibição de novo cartão. Como tenho também muita dificuldade em perceber que, com a equipa a ganhar, se demore tanto a fazer substituições em tempo útil, para as concentrar apenas em pleno período de descontos, quando já em nada alteram o rumo dos acontecimentos e apenas servem para que o árbitro prolongue o tempo de jogo e atrase aquele apito final por que, então, tanto ansiamos.

Mas tudo está bem quando acaba bem e agora é prosseguir nesta senda positiva de resultados já no próximo domingo, nas Caldas da Rainha. Por mim, conto lá estar, no Campo da Mata, possivelmente depois de um almoço de arromba na cidade de Peniche, de tão gratas ligações e recordações. Até porque não me sai da memória aquela penosa eliminação da Taça de Portugal há uns anos atrás e já passou tempo suficiente para que agora seja servida uma vingança bem fria.

Jorge Pedroso de Almeida

Imagem retirada da net