“Giorgio Humberto Raggi”

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O cabo-verdiano Jorge Humberto chegou à Académica em Outubro de 1957, onde encontrou Mário Wilson, Torres, Rocha, Bentes e Curado, entre outros. No verão de 1961, um telefonema mudou-lhe a vida: era o treinador Helenio Herrera a convidá-lo para ir para o Inter. Consta que foi Batista da Silva, dirigente do Belenenses, que indicou o jogador ao “mago” argentino.

Prestou provas em Itália e a velocidade, capacidade de desmarcação e remate forte e colocado de Jorge Humberto não passaram despercebidos, e assinou contrato com o clube de Milão. No entanto, na altura a lei italiana permitia apenas a inscrição de dois jogadores estrangeiros e o Inter já tinha o espanhol Luis Suárez e o inglês Gerry Hitchens.

Helenio Herrera tinha um plano para o português: a sua naturalização como cidadão italiano. Vai daí inventou-se que era filho de Vittorio Raggi, que tinha ido de Itália para Cabo Verde nos anos 30. A verdade é que se tornou italiano, ficando com o apelido Raggi. Ficou sempre desconfortável por causa desta história e mais tarde diria que se sentiu “raso como um tapete”.

Marcou cinco golos em sete jogos (oficiais e amigáveis) pelo Inter e foi emprestado ao Lanerossi Vicenza, onde conseguiu bastante destaque. Mas, muito melhor ainda, foi a conclusão do curso de Medicina iniciado em Coimbra, que continuou na Universidade de Milão, e depois terminou na Universidade de Pádua.

Regressou à Briosa em 1964, e os colegas de equipa, na brincadeira, chamaram-lhe “Giorgio Humberto”.

Bola de Catchu

António Alfarrobinha