O REGRESSO DA AMBIÇÃO

Foto-Zero-Zero.jpg

A mudança de treinador não é, necessariamente, solução milagrosa.

Sabe-o a Académica melhor do que ninguém, pois os tempos recentes têm sido marcados quer por sucessivos e dramáticos falhanços desportivos, quer por constantes alterações no comando técnico da equipa, sempre totalmente fracassadas, pois nunca permitiram reverter as séries negativas de resultados.

Mas a entrada de Tiago Moutinho ( de quem, confesso a minha ignorância, nunca tinha ouvido falar) foi bem auspiciosa. Desde logo, porque se saldou pelo tão desejado regresso às vitórias. Mera coincidência ou sorte de principiante? Quero acreditar que não.

Se compararmos o 11 que hoje iniciou a partida, com aquele que se apresentou na jornada anterior, verificamos alterações significativas, todas elas marcadas por uma disposição bem mais ofensiva, uma diminuição das excessivas e injustificadas cautelas defensivas, uma aposta mais convicta e determinada na conquista da vitória, tão importante para enfrentar a fase seguinte da prova no melhor posicionamento possível.

Essa postura mais afirmativa e ambiciosa foi devidamente recompensada com um saboroso triunfo, inteiramente merecido. Não foi um grande jogo, uma exibição brilhante, mas aquilo que importava hoje foi plenamente alcançado. E, como diz o Sérgio Conceição, se não há violino, toca-se bombo!

Aqui fica, por isso, um sincero agradecimento ao nosso treinador, pela maior ambição que parece ter vindo incutir, mas, também, a todo o grupo, pela boa resposta dada. Mas, para a próxima, poupem-nos a tanto sofrimento e às perigosas alterações do ritmo cardíaco e, por favor, não desperdicem aquelas várias e claras oportunidades de golo cuja concretização poderia ter permitido um final de jogo bem mais tranquilo e descansado.


Jorge Pedroso de Almeida

Foto: Zerozero de FPF