Pontos divididos
Estou pasmo. Depois de ver o Argentina-França, “aderi” ao académica-Belenenses, um duelo entre históricos tal como o da final do Campeonato do Mundo, ou a Copa como gostam de dizer os emborcam copos.
Francamente, salvo as devidas proporções dos salários e da “classe” dos intervenientes, o jogo do Qator não me despertou mais interesse que o de Coimbra.
É certo – e eu avisei ainda ante do campeonato começas – que a Académica não se apetrechou para um campeonato da III Divisão onde o chega-te para lá se sobrepõe à técnica, onde se precisa de atletas peitudos e de remate fácil nas linhas avançadas, e de gente rápida e segura na defesa.
Ao contrário do que li e ouvi por aí, até gostei do jogo; do jogo, que não do resultado. A equipa da Briosa teve jogadas bem concebidas e conseguidas, ainda que mal finalizadas. O mesmo aconteceu com a do Belenenses. O mesmo acontecera no Argentina-França. Os jogadores erraram passes? Também vi o mesmo no jogo, e noutros jogos, do Mundial.
Um golo espectacular do Belenenses e um penálti – existiu mesmo - a favor da Académica quase nos minutos finais, ditaram o resultaram final.
Querer futebol de luxo pago a feijões é uma utopia. Por enquanto, há que aproveitar da melhor maneira o que se tem; reforçar a equipa, se for possível e houver carcanhóis, já em Janeiro, com um ponto de lança ou dois, apetrechar melhor a defesa e o meio-campo, começar a compor e preparar uma equipa forte para a próxima época.
Havia ilusões de subida já esta época? Sim, havia; principalmente da parte de quem anda distante da forma como se joga, e “actua” nas divisões “terciárias”…
Estou satisfeito com a equipa e com o que produz? Claro que não. Mas quem dá o que tem, a mais não é obrigado.
Vamos ao jogo:
A fazer lembrar os bons velhos tempos, Académica OAF e Belenenses voltaram a defrontar-se. Desta vez na Liga 3.
Um a um (1-1) foi o 138º resultado verificado entre os dois históricos do futebol português, que, contudo, têm, nos últimos anos, andado afastados dos holofotes da ribalta futebolística.
Num primeiro tempo em que o equilíbrio foi palavra predominante, as equipas foram para os balneários sem qualquer golo marcado. As tentativas de João Costa e Clé não foram bem-sucedidas e o empate foi uma realidade para equipas que queriam e precisavam de vencer.
. Os dois emblemas apresentaram-se em bom plano, mas nunca conseguiram encontrar o caminho para fazer abanar as redes adversárias. O discurso nos balneários podia ajudar os jogadores a entrarem para os segundos 45 minutos mais inspirados e com vontade de alterar o marcador. João Costa, de um lado, e Diogo Cardoso, do outro, estiveram perto da alegria, mas em ambos os momentos os guarda-redes agigantaram-se e evitaram males maiores para a sua equipa.
O nulo continuava a persistir e os treinadores operaram substituições para tentar algo novo.
A solução estava no banco E foi precisamente numa alteração que o Belenenses chegou à vantagem. Pedro Martelo, que tinha acabado de substituir João Costa, fez um golo monumental - aconselhamos a ver um dos momentos candidatos a melhor do campeonato - e marcou o primeiro da noite. No entanto, a Briosa não desistiu e, através de uma grande penalidade, repôs a igualdade. João Sousa tocou com a mão na bola dentro da sua área e o árbitro não hesitou em assinalar o castigo máximo: David Teles não tremeu e voltou a colocar tudo na estaca zero, algo que persistiu na maior parte do encontro e que acabou por ser o resultado final.
Contas feitas, a Académica OAF soma mais um ponto na sua luta por fugir à despromoção, juntamente com Real SC e Moncarapachense, últimos classificados da Liga 3 Série B.
FICHA DE JOGO
Estádio Cidade de Coimbra
ACADÉMICA OAF 1-1 CF OS BELENENSES (0-0 ao intervalo)
Golos: 0-1 por Pedro Martelo (80'); 1-1 por David Teles (91'
Equipas
ACADÉMICA: Hidalgo, Diogo Costa, Grilo (Desmond, 79'), Vasco Paciência (Stitch, 79'), Caiado (cap.) (Hugo Seco, 64'), Vasco Gomes, Di Cardoso (Pedro Prazeres, 72'), David Brás, Fábio Pala, Rodrigo Guedes (David Teles, 64') e Douglas.
BELENENSES: David Grilo, Afonso Simão, Gonçalo Maria, Clé (Flavinho, 69'), João Costa (Pedro Martelo, 79'), Miguel Tavares (Mauro Antunes, 79'), André Serra (Wagner Pina, 79'), Fred Martins (cap.), Xavi Fernandes (Duarte Valente, 90'), João Sousa e Hélio Cruz.
Árbitro: Pedro Ferreira
Imagem: Record
Vídeo: