Sobe, Académica, sobe

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Quando a Académica sofreu aquele golo resultante de uma perda displicente de bola, pensei com os meus botões que estávamos tramados. Depois, com o Chaves a empurrar a equipa da Briosa para o seu meio-campo, temi que os flavienses aumentassem o resultado.

Todavia, a equipa da Académica – quando se lhe chamará de novo “de estudantes” – começou a reagir em força, só que os golos não apareciam: as bolas teimavam em não entrar, ora passando por cima ora ao lado, ora batendo na trave.

“Porca vida, porca miséria” cá fui eu cogitando com os meus botões, cada vez mais desanimado, atirando as culpas à pouca sorte e não ao empenho dos jogadores.

Mas aconteceu a grande penalidade, e Zé Castro, de novo, não perdoou. E veio o golo do Bouldini, mercê do arreganho dos atletas. E assim veio uma vitória que vale, pelo menos, cobre, e veio o fecho do desafio a mostrar o mau perder do guarda-redes do Chaves, que agrediu o autor do segundo golo da Briosa.

A equipa tem hipótese de agarrar o pássaro da subida. Espero que consiga apanhá-lo em breve e não o deixe escapar-se.

 

Sem o coração a mandar:  

Os erros pagam-se caros. Muitas vezes demasiadas, sobretudo neste mundo do futebol em que um pequeno deslize é o que acaba por definir muitos jogos, ou como sói dizer-se, sobretudo quando se encontram duas equipas com boa qualidade individual e coletiva, muito equilibradas taticamente e cautelosas nos momentos em que davam avançar ou recuar.

A primeira parte foi muito isto. As duas equipas mostraram desde cedo que não seria um jogo com muitas oportunidades e encaixaram muitas vezes do ponto de vista tático. A Académica teve mais bola e aproveitou um erro do conjunto de Vítor Campelos, na sua primeira fase de construção, para ameaçar o 1x0. Não o conseguiu porque o remate de Bouldini seguiu, caprichosamente, o caminho da barra da baliza à guarda de Paulo Vítor. O tal erro que aqui falamos, que não resultou em golo para a equipa da casa, repetiu-se, mas no lado contrário, com um final diferente. O irreverente Sanca perdeu a bola em zona proibida e o lance resultou na vantagem do Chaves, materializada pelo lateral João Correia.

Foi assim que aconteceu: em desvantagem, perante um adversário num ciclo de cinco vitórias consecutivas, Rui Borges acertou as agulhas no tempo de intervalo e a Académica regressou em força para o segundo tempo. Se no primeiro tempo, os estudantes já tinham deixado a leve sensação de superioridade, na segunda ficou mais evidente, pese a qualidade evidenciada de parte a parte: Bouldini criou a ilusão de óptica de golo, aos 51 minutos, quando, em boa posição, enviou a bola às malhas da baliza flaviense, mas na parte exterior... O grito do golo dos homens de Coimbra ficou reservado, então, para a passagem do minuto 78, altura em que o capitão Zé Castro restabeleceu a igualdade na marca dos onze metros, depois de João Reis ter cometido falta sobre Ricardo Dias no interior da área dos visitantes.

Na resposta, Mika salvou a Académica ao negar o bis a João Correia com uma defesa estupenda. Por fim, a Académica conseguiu consumar a reviravolta, aos 84 minutos, num lance algo confuso e dividido entre Bouldini e Vasco Fernandes, que contou com a saída em falso de Paulo Vítor da baliza, e a bola lá se encaminhou para o 2-1 final, num jogo que contou ainda com a expulsão do central Luís Rocha, do Chaves, perto do fim.

Acrescente-se a atitude incorrecta do guarda-redes flaviense, Paulo Vítor, que “cabeceou” Bouldini no final do jogo.  

 

Jogo no Estádio Cidade de Coimbra – EFAPEL

Académica - Chaves, 2-1 (ao intervalo: 0-1).

 

Marcadores: 0-1, João Correia, 41 minutos; 1-1, Zé Castro, 78 (grande penalidade); e 2-1, Bouldini, 83.

 

Equipas:

Académica: Mika, Fabiano, Rafael Vieira, Zé Castro, Mike (Bruno Teles, 52), Dias (Silvério, 90+2), Diogo Pereira (Chaby, 73), Traquina, Fabinho (Mayambela, 46), Sanca (Mimito, 73) e Bouldini.

 

Chaves: Paulo Vítor, João Correia, Vasco Fernandes, Rocha, João Reis, Nuno Coelho (Guedes, 86), Benny (Kevin Pina, 60), Juninho (Wellington, 71), João Teixeira (Luís Silva, 71), Batxi e Roberto.

 

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve), sem levantar muitas ondas.

 

Assistência: Jogo realizado à porta fechada devido à pandemia de covid-19.

Foto: CATARINA MORAIS/KAPTA

 

A-CA-DÉ-MI-CA

ACA-DÉ-MICA

ACA-DÉ-MICA

 

BRIIOOOSAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!.