Editorial 02/05/2025

EDITORIAL 02 05 25

ENERGIA E TRABALHO

Nesta edição, O Ponney, traz estas duas palavras como base para os nossos artigos: ‘energia’ e ‘trabalho’.

São tantas as relações que se podem fazer com ‘energia’ e ‘trabalho’ que se poderia escrever um longo tratado. Não obstante, a nossa razão é mais prosaica pelo apagão, que aconteceu na segunda-feira desta semana, e pelo dia do trabalhador, no primeiro de Maio - celebrado ontem. Como não há coincidências, estes dois acontecimentos, devem-nos fazer pensar na sua causalidade.

A energia é a moeda forte do futuro. Poucas pessoas terão dúvidas sobre esta premissa. O que nos leva a exigir políticas sustentáveis, mas eficazes.

Michio Kaku (físico conhecido pelo desenvolvimento da teoria das cordas) aponta que a fonte de energia do futuro está na energia de fusão. Escreveu Kaku, no seu livro «A Física do Futuro»: «Qualquer pessoa que possa dominar com sucesso a energia de fusão terá dado rédea solta à energia eterna ilimitada. E o combustível para essas centrais de fusão vem da vulgar água do mar. Quilo por quilo, a fusão liberta 10 milhões de vezes mais energia do que a gasolina. Um copo de 230 cc de água é igual ao conteúdo energético de 500.000 barris de petróleo. A fusão (e não a fissão) é a maneira preferida pela Natureza para dar energia ao universo.» Um desafio aos investigadores portugueses sobre esta área da energia de fusão. Necessitando, para isso, de grande vontade política para investir na ciência.

Contudo a energia que Portugal produz, não sendo dependente, teoricamente, tem oscilações de produção de energia o que faz com que Portugal tenha que importar energia a Espanha e a França. Voltar a ter a energia a partir da termoelétrica é recuar nas politicas de sustentabilidade. Optar pela energia nuclear (energia de fissão) é um risco maior se nos lembrarmos do que aconteceu em Chernobyl, mas é o que vale a Espanha e a França. Será que a pista do grande físico internacional Michio Kaku tem razão? Penso que sim, mas para isso Portugal tem que apostar num ensino de qualidade e no desenvolvimento da ciência. Afinal o sustento e a poluição depende sobretudo da forma como produzimos energia.

A palavra ‘trabalho’ leva-nos para outro problema complicado que tem de um lado o preço de produtos, ou serviços, no mercado internacional, que tende a ser mais baixo; por outro lado o cumprimento com a ética laboral de não se explorar quem trabalha leva ao aumento do preço no livre mercado. O problema complicado baseia-se neste, muito frágil, equilíbrio: se se cumpre com a ética laboral aumenta o preço que impede de ser competitivo no mercado livre internacional; porém se se baixa o preço, dificilmente se cumpre com a ética humana e laboral. A ideologia Comunista aposta numa centralização do poder económico no Estado e num sistema que deve ser internacional para acabar com o livre mercado. Mas cada um deles é complicado de se executar e cada um deles depende do outro para se concretizar. A centralização no Estado é também suportado pela internacionalização do Comunismo e aí esbarra, historicamente, com a impossibilidade de concretização. Por isso tanto a ‘energia’ com o ‘trabalho’ tornam-se duas questões importantes para o presente como alicerce para o futuro. O Ponney continua a apostar no investimento da instrução e desenvolvimento da ciência. Com isto estamos a falar de política que é oposta a “partidarite”.

Mas vamos à apresentação dos nossos artigos. Iniciamos com «APAGÃO “ILUMINOU” OS PORTUGUESES» onde recolhemos as informações necessárias para entendermos um pouco melhor o que está nos bastidores do que já se tornou uma discussão redutora à “partidarite”.

Para o trabalho temos dois artigos. O artigo «BURNOUT E DESCONFIANÇA NOS GOVERNOS EM PORTUGAL» onde juntamos informação que nos pode esclarecer como é que a má gestão laboral nos leva à desconfiança, em Portugal, dos diversos governos. Há mesmo relação. No segundo artigo sobre o trabalho desta edição damos conta de um caso que tipifica como se pode ir matando a democracia. O artigo «MEDIALIVRE TROÇA DO DIA DO TRABALHADOR» é um exemplo do que anda a acontecer em Portugal que coloca em grande risco o sistema democrático português.

Depois sobre Coimbra, O Ponney, lembra o que se anda a passar com uma certa «IRMANDADE EM COIMBRA» e os perigos associados. Fechamos com uma entrevista ao cabeça de lista pelo partido Pessoas, Animais e Natureza (PAN)candidato nas eleições Legislativas 2025. João Fontes da Costa concedeu a O Ponney uma entrevista onde explica que é conimbricense e que irá responder a todas as pessoas que o interpelarem se for eleito para a Assembleia da República. Uma entrevista para ler com atenção. Sobretudo nas entrelinhas.

Nos artigos de opinião acabámos por intercalar os géneros. Começamos com o artigo da nossa amiga e humorista Maria Júlia que nos traz «MÁSCARAS DA SIMPATIA E CARREGAS DE PORRADA!» numa análise laboral e ética sob a capa do humor.
No mesmo registo laboral, temos o artigo do nosso amigo Sancho Antunes que nos traz como assunto «A PROPÓSITO DO DIA DO TRABALHADOR ».

A nossa sempre presente amiga Manuel Jones traz-nos, mais uma vez, um artigo como um bálsamo para relaxar. O artigo de opinião tem como título: «CRUZ DOS MOROUÇOS TERRA DE PROTESTOS» que nos leva a conhecer um pouco mais Coimbra da outra banda.

Espero que estes artigos, e os outros espalhados pelas nossas áreas, vos tragam mais informação e que não nos fiquemos apenas pela rama dos noticiários.

Bom fim de semana e boas leituras;
José Augusto Gomes
Diretor do jornal digital O Ponney