Editorial 03-04-2021

Quem não deve, não treme

 

A frase, saída da boca de uma mulher de ascendência romani, ficou-me na cabeça abafando a velha e escorreita de “Quem não deve, não teme”. E, volta e meia, dou comigo a pensar que “treme”, não tem um sentido menos assustadiço que “teme”, tem, pelo menos, um ar mais maroto e risível.

 

As comadres zangaram-se. Costa quer, pode e manda; Marcelo, bonzinho, de luvinhas brancas, depois de ponteado por ele, recria-se na frase "Fui eleito para evitar crises, não para as criar”.

 

Ri-me! Não da mesma maneira que com o “treme”, mas sim com o “teme”. É que – perdoe-se-me a partícula de realce que alguns “letrados” dizem cheirar a mofo – se bem me lembro, durante anos Marcelo foi a muleta de Costa – ou do encosta – sendo o seu porta-voz, chamando a si algumas das (ir)responsabilidades que o pateta cometia.

 

As coisas, contudo, mudaram: o país está mergulhado numa crise social e económica ou financeira sem precedentes, que nem os muitos milhares de milhões a virem de Bruxelas escamotearão. Daí, que logo na primeira oportunidade, Costa, com o seu risinho entre o cínico e o sacanóide, tenha dado um pontapé para trás, acertando em cheio nas partes sensíveis da pessoa agredida, o Ti Celito, que só não gritou porque, no sítio faltam as bolas; ou talvez porque não o tenha mostrado – os esgares escondem as dores – e se prepare para ripostar, um desejo de Costa que quer abandonar o barco já mais que afundado.

 

Doravante, nada mais será igual: Costa, prepotente e estimulado pelas “famílias” rodeantes, quer afirmar-se “antónio”, e Marcelo, apesar de enredado, não quer ser “américo”, ambos, contudo, “abadengos”.

A questão é saber quem vai perder mais, que ganhar não ganha nenhum; e, no fundo, quem se lixa é o zé-pagantes.

 

As vacinas – “vácinas”, como dizem os bem-falantes alfacinhas e outros que comem e bebem tudo o que estes “inquestionais” produzem – ainda vão dar muito que falar. Ver-se-á, não tardará muito, quem mais “comerá” do bolo.

 

Nos USA, onde não raras vezes se abusa, houve mais uma tentativa de assalto ao Capitólio, morrendo gente. Claro que as culpas vão ser assacadas a Trump, o mau da festa, ou da fita consoante as interpretações.

 

Por Coimbra, caros leitores – se é que os tenho! – tudo em grande: o metrobus já circula, o aeroporto está quase concluído, e, como não podia deixar de ser, um excelente trabalho da limpeza da margem direita do Mondego junto à praia do Rebolim, um esmero de engenharia que tão bem rima com patifaria.

 

Mais: Coimbra está a perder tudo: personalidades de Leiria, Aveiro e Viseu tomaram conta, respectivamente, da presidência e vice-presidências da CCDRC (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro). Mais um “ganho” de MM. Vamos lá ver se, depois de a sede do Turismo ter ido para Aveiro, não irá para Leiria a da CCRDC.

 

A Coimbra, está visto, só a Universidade lhe vale.

 

Quem não deve não treme!

 

Para todos os leitores uma Páscoa feliz, sem amêndoas amargas. 

 

                                                                                                                                                                                                                                                   ZEQUE

 

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(Imagem retirada da net)