Editorial 07/03/2025
ESPERANÇA
No dia em que escrevo este editorial as nuvens, em cor de chumbo, fecham o céu à luz. Mas não devem fechar à nossa fé na esperança.
A esperança é uma palavra que deve continuar no género feminino, pois também o liga a ‘estar de esperanças’, que é o mesmo que estar grávida, ou aumentar a ‘esperança de vida’ que também é mais próprio nas mulheres. O sentido da palavra ‘esperança’ é uma virtude, sobretudo de crença em que a luz irá romper nos céus cinzentos internacionais. É um “estado de esperanças” para tempos mais justos.
Sem ser coincidência, mas com carga simbólica grande, amanhã é o Dia Internacional das Mulheres. A Organização das Nações Unidas instituiu, em 1975, o dia 8 de Março para comemorar internacionalmente o Dia Internacional da Mulher. Nem todos os países aderiram a esta comemoração, sendo que todos os países de expressão portuguesa o comemoram. Um excelente sinal.
Pois no dia de amanhã deve ser celebrada a esperança. A esperança num mundo mais justo, mais equitativo, mais pacifico, mais compreensivo e também mais defensor da liberdade e da democracia.
Independentemente de cargas ideológicas, que deformam o sentido do Dia Internacional da Mulher, deve estar bem patente que as conquistas por um mundo mais democrata, livre e pacifico não podem, de maneira nenhuma, regressar à tirania, à opressão e à guerra. A esperança deve estar nos nossos corações e dedicada ao futuro, como quem “está de esperanças”.
Há que ter força de vontade iluminada pela esperança de que devemos melhorar a grande comunidade humana. A postura da Santa Padroeira de Coimbra, Rainha Santa Isabel, deu-nos essa esperança pelas rosas, mais ou tão importante como o pão, e pelo Culto do Espírito Santo, no mistério da justiça social. Onde os prisioneiros eram libertados e os pobres eram servidos antes dos nobres em fausto banquete. Onde era coroada uma criança pela simbologia da pureza de quem governa.
Coimbra tem estas virtudes esquecidas, onde a fé na esperança foi remetida para um canto na outra margem do rio Mondego. Não podemos deixar de acreditar que é possível se todos quisermos. Sim, é necessário não ter medo, sim é necessário ter esperança, mas nunca calar os erros para permitirem a sua devida correção.
Esta é a razão porque abrimos O Ponney com o artigo «“JÁ NEM EM JESUS POSSO CONFIAR”». Em oposição à esperança.
No meio de tantas ameaças internacionais, Portugal deveria apostar mais nas suas investigações científicas, mas o que acontece é que os «INVESTIGADORES SÃO ESCRAVOS DAS UNIVERSIDADES». Numa posição que amordaça quem faz ciência e torna Portugal mais submisso a interesses internacionais.
Portugal deveria considerar a sua História, onde o maior feito foi a sua independência, não só de Castela e Leão, como também do Império Romano e qual o ponto comum destes dois momentos históricos? Pois devemos ler o artigo «COIMBRA É MESMO IMPORTANTE PARA PORTUGAL». É uma pista para responder à pergunta.
Muitas das vezes esquecemos que antes da Saúde, antes da Economia, antes mesmo dos apoios sociais deve estar a instrução. A instrução e a educação às novas gerações. A esperança no futuro está assegurada com uma boa educação. O artigo «SALVEM OS PROFESSORES!» é um artigo que nos faz lembrar o que está verdadeiramente em jogo.
Terminamos os artigos de destaque com o artigo «AINDA MAIS OBRAS?» onde denunciamos a falta de planeamento. Ainda há tempo para a sua correção.
Abrimos os artigos de opinião com «DO BRASIL PARA PORTUGAL» onde, sem grande esforço das autoridades (ou nenhum esforço), quer portuguesas quer brasileiras, os dois países têm-se aproximado por via das migrações. Parece um reatar natural e forte de dois países que ainda podem atar com outros países de língua oficial portuguesa. No meio de tanta confusão é absolutamente necessário. É um texto da minha esposa, Mara Braga.
Marcelo Gomes, amigo do Brasil, traz-nos o artigo de opinião que nos pode mudar um pouco a visão que temos da questão entre os EUA e a Ucrânia. Ler para termos mais dados para formarmos a nossa opinião.
Terminamos os artigos de opinião com a habitual crónica de Manuela Jones. Desta vez traz-nos a história «AS “PARTEIRAS CURIOSAS”» no seguimento das profissões que desapareceram.
Temos outros muitos artigos, mas terminamos com a área da Cultura onde, hoje, o nosso conselho vai para a leitura do livro “A Terceira Vaga” escrito por Alvin Toffler, onde nos é apontada uma certa esperança nos novos tempos.
Bom fim de semana e boas reflexões.
José Augusto Gomes
Diretor do jornal O Ponney