Editorial 10-07-2021

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A “elite” que virou escumalha.

 

Em Portugal sempre existiu e continua a existir uns seres iluminados que se julgam a “elite” do País. Julgam-se acima de tudo e de todos, não olham a meios para atingir fins.

Acontece, porém, que os deuses deixaram de os proteger e os demónios passaram a ser os seus anjos da guarda.

Acontece, também, que esta “elite” nacional está a trocar os sofás de luxo pelas cadeiras de pau das esquadras e dos tribunais. Os vouchers que estão a receber são de hotéis onde a clientela é de todas as classes e a suites estão devidamente equipadas…

Ficámos a saber esta semana (e muito mais haverá para saber), que esta nata da sociedade nacional está completamente intragável.

Os esquemas financeiros dos negócios a favor dos próprios, os amores clubísticos, em que tudo é possível, desde a lavagem de dinheiro à troca de influências, corrupção, crimes fiscais e sabe-se lá mais o quê, criaram um monstro com muitas cabeças, tudo bem patente no modus operandi de pessoas tidas por sérias e acarinhadas pelo poder político.

Bancos como a Caixa Geral de Depósitos; BCP e o Novo Banco, foram “assaltados” pela porta grande através destes esquemas sem que o regulador tivesse dado conta ou, e isso será muito grave, tivesse sido conivente.  

São, na verdade, muitos milhares de milhões de euros à deriva num País que atravessa a pior crise financeira e pandémica de que há memória.

Como foi possível!? Responda quem souber!

Na quinta-feira, dia 8 do corrente mês a RTP apresentou os “Prémios Play – música portuguesa.” O prémio de música clássica foi atribuído ao grupo Cupertinos, dirigido pelo conimbricence Luís Toscano e baseado na música alojada na Biblioteca da Universidade de Coimbra. Prémios que são de louvar e ainda mais no contexto actual - Parabéns!

A apresentação a cabo de Filomena Cautela e também de Hugo van der Ding, ficou muito a desejar. Irreverência, sim; má educação, NÃO!!!

A RTP é uma estação de serviço público, paga pelos Portugueses. Impõe-se que dê o exemplo na boa educação, a todos os níveis.

Por Coimbra, o calor já aperta e o vírus também.

Era de esperar: os concertos do Andrea Bocelli trouxeram milhares à cidade, com 54 nacionalidades representadas, e, segundo consta, sem testes de última hora.

E, por agora, vou ficar a aguardar os próximos capítulos da novela nacional. Deve ficar prenha, e o menino irá vir muito depois do tempo, nado morto.

Boas Férias!

Maria Leonor Correia

Arte: Hieronymus Bosch