Editorial 11-12-2021

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“Convites”

Com pompa, tempo e circunstância, as TVs - rádios não ouço, salvo em viagem – noticiaram, comunicaram e analisaram a “prisão” de Rendeiro na África do Sul. Depois, recorrendo a ilustres comentadores da área jurídica, escalpelizaram – ou tentaram fazê-lo – o apetecido, ou talvez não, “regresso” de Rendeiro para Portugal.

Para o sempre enigmático Costa, a prisão foi um tiro no malvado, a demonstração de que a justiça funciona, uma batalha vencida.

Rendeiro, penso, farto de andar pelo estrangeiro, queria voltar ao seu país, deixar de andar “fugido”. Lisboa é suficientemente grande para acolher a malandragem que “roubou” bancos e outras empresas, enchendo os bolsos à custa do povo.

Sócrates, Salgado e outros passeiam-se livremente pela capital e pelo país. Por que razão havia ele, Rendeiro, de andar lá por fora, longe dos amigos e da família?

Para facilitar as coisas à PJ, a esposa até disse publicamente que ele estava na África do Sul; e em surdina terá dito onde…

Agora vêm os convites às negociações, e, antes de meados de Janeiro – creio mesmo que na primeira quinzena do próximo ano – Rendeiro estará em “prisão domiciliária” de porta aberta.

Costa sabe da poda. “Abafado” com perícia o caso Rendeiro, toca de encontrar alternativa à geringonça: Cotrim de Figueiredo, do Livre, parecendo antagonizá-lo, estende-lhe o tapete; em alguns municípios - Entroncamento e Sintra são exemplos - os partidos de Costa e de Ventura já acertam agulhas.

Marcelo vê os comboios passarem; e Rio faz contas à vida: tem de ganhar as eleições com maioria absoluta. E vai consegui-lo.

Coimbra dos meus amores parece mexer-se. Ainda é cedo para tirar ilações, mas, pelo que se vai ouvindo e sabendo, os problemas começam a ser resolvidos. Não se deixem, contudo, os actuais edis ir nas cantigas sirénias de lambe-botas e afins.

O PS, imitando o PSD, também escolheu uma mulher para cabeça da sua lista. Mónica Quintela, com grande dose de acerto, ganhará a Marta Temido, mas nada de deitar foguetes.

Não falo da Académica, pois pode dar azar.  Nem mais do Rendeiro, que o teatro já agonia.

Imagem retirada da net (Durban-costa-leste-da-Africa-do-Sul, onde se encontrava João Rendeiro)

ZEQUE