Editorial 13-08-2022
As pedras da fome
“Quando me vires, chora”
O nosso continente enfrenta uma seca de que há muito não há memória. Dizem os entendidos que é a mais severa dos últimos 500 anos.
A agravar, há ainda os fogos florestais e as ondas de calor sentidas.
Os grandes rios têm cada vez menos água. Os caudais descem assustadoramente todos os dias e deixam a descoberto as “ominosas” pedras da fome.
O nome destas pedras foi atribuído pelas populações da Europa central às rochas que se encontram no leito dos rios e que, quando aparecem, dizem-nos que vem aí um período de miséria alimentar e não só.
Vivemos tempos muito difíceis. O mundo está em convulsão e não sabemos o que nos espera.
O Covid 19 continua a matar e Deus permita que não venha lá do Oriente outro vírus ainda pior.
Na Ucrânia, o cessar fogo está longe do fim e, neste momento, são preocupantes os bombardeamentos perto da central nuclear de Zaporizhia, a maior da Europa e controlada pelo exército russo devido ao receio de uma catástrofe nuclear.
António Guterres reagiu dizendo que é muito grave a situação em torno desta central em virtude de a mesma ter armazenadas 1.200 toneladas de combustível nuclear.
A semana passada, a China lançou manobras em grande escala à volta de Taiwan, depois de Nancy Pelosi ter visitado a ilha. Os chineses continuam a afirmar que Taiwan é uma província chinesa. Aqui, o grande problema é que os Estados Unidos defendem a soberania do País e, como tal, uma 3.ª guerra mundial pode começar aqui.
No nosso cantinho, está tudo a banhos e como tal não há nada, de nada. Ou melhor, o País está estagnado…
Por Coimbra há aqueles “escândalos” que fazem parte do dia a dia e que ao fim de 3 dias vão dando origens a outros e assim sucessivamente.
O nosso Mondego, que eu saiba, ainda não tem a pedra da fome à vista, o que não quer dizer que não haja miséria envergonhada na nossa cidade.
Há, porém, outras pedras com a inscrição: “a vida voltará a florescer quando esta pedra desaparecer”.
Assim seja!
Imagens retiradas da net
Maria Leonor Correia