Editorial 17-09-2022

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Parvalhices

 

“Fica-te mundo cada vez pior”, era assim que o meu avô materno, homem inteligente e íntegro, dizia quando via as coisas a descambar. E, cada vez mais, penso, melhor, acredito, que tinha razão.

A Ucrânia quase saiu dos noticiários dos meios de comunicaçã0 social. O falecimento de uma rainha e o desnorte atrapalhado de “czar” deram a volta aos textos. Claro, novidades é o que está a dar; notícias cada vez mais maçudas – ou massudas? – já estava a enfastiar.

Morreu Isabel II – REQUIESCAT IN PACE –, rainha de Inglaterra durante sete décadas. Uns choram-na, outros insultam-lhe memória

Compungida, Cristina Ferreira, rainha da TVI, penitenciou-se por não poder estar presente durante as exéquias: o trabalho e uns quantos marmanjos requeriam a sua presença. Com pena – sempre era menos uma rainha presente – D. Carlos III, o novo rei, ainda pensou em adiar o funeral, desistindo para não acender ciúmes em Meghan, a nora rebelde.

Putin. Putin está uma desgraça. Cada vez mais isolado, ajoelhou-se ante Xi Jinping, o seu homólogo chinês. O encontro, diz quem sabe, serviu para reforçar a amizade entre a China e a Rússia, tendo como pano de fundo a tensão com o Ocidente, mas deixou também claro que Pequim tem dúvidas sobre a Ucrânia, e Putin saiu de rabo entre as pernas. Coitadinho do menino!

Pela Europa Unida, cada vez menos, a Hungria está sob fogo. a suspensão de 65% dos compromissos para três programas operacionais no âmbito da política de coesão, num valor estimado em 7,5 mil milhões de euros, o que é cerca de um terço do envelope da política de coesão para a Hungria" está na mesa. Motivo principal: o não combate à corrupção.

Alegremo-nos: Costa, Medina e o novo papagaio da economia, embora nenhum a tenha na cara, devem já sentir a barba a arder, porque corrupção por cá, da alta, é como os nenúfares: flores bonitas para esconder o que está sob as folhas.

Finalmente, o governo, embora de modo despiciendo, deu a mão à palmatória: o SNS estoirou, e, para tentar endireita-lo, o ministro reiterou a autonomia – repare-se, autonomia! – da Direcção Executiva do SNS. Ou seja, o ministro não vai mais meter o bedelho neste assunto, compreendendo-se, assim, que ele tenha uma “Secretária de Estado” para uma parte da Saúde, e Costa uma “Secretária de Estadão” para o SNS.

Enquanto isso, dando uma no cravo e outra na ferradura, Ti Celito passeia-se pelas praias do Brasil e as de Angola

Em Coimbra desafina-se. A actual edilidade recebeu pesadas heranças negativas, que lhe estão a causar fortes engulhos, o que os defensores do “antes” estão a agitar como se a culpa não fosse deles. O abate das árvores é um deles: o corte de cinco plátanos é maior crime que as machadadas em dezenas.

Com gente desta, a cidade nunca progredirá.

Ah, já me estava a esquecer: esta Direcção da Académica, a pedido não se sabe de quem,está a ser confrontada com problemas inesperados: um ponto retirado e um jogo à porta fechada são, para já, dois “brindes”. Temo pelo que se seguirá.

Fica-te mundo cada vez pior. 

Imagem retirada da net

ZEQUE