Editorial 17/01/2025
O MEDO, A PARALISIA E A DEMOCRACIA
Aparentemente entre o ‘medo’, a ‘paralisia’ e a ‘Democracia’ não há uma relação direta com cada um dos termos. Porém, quando observamos a sociedade, com mais pormenor, descobrimos que uma grande maioria das pessoas vive com medo de defender os seus direitos. Medo de terem processos disciplinares, medo de más avaliações arbitrárias, medo de ostracismo, medo de despedimento, medos que se juntam e que levam a uma paralisia. Paralisia que, por sua vez, leva a uma morte lenta da Liberdade de expressão para a comunidade, a uma quebra da afirmação de cidadania e que provoca uma morte lenta da Democracia.
Pois a Democracia é, por si só, um meio. Não é uma fim em si. Tal como o 25 de Abril de 1974, não pode garantir para sempre a Democracia. Há absoluta necessidade de cada cidadão “regar os cravos”, sejam eles vermelhos, brancos ou de qualquer outra cor.
É absolutamente necessária a coragem política que só pode começar por cada um de nós, antes de esperarmos que parta de quem é eleito ou quem tem poder institucional. Sem filtros, pois é necessário que cada um saiba expressar-se, e, evidentemente, sem medo de usar a sua cidadania.
Sem medo político (muito diferente da “partidarite”) está a Comissão de Trabalhadores, recentemente eleita, nos transportes públicos municipais (SMTUC). O Ponney apresenta o artigo «SMTUC COM AGENDA DE GREVES MARCADAS». É necessário que haja solidariedade para com estas lutas contra a injustiça. Hoje são os motoristas que necessitam de solidariedade, amanhã é uma outra qualquer profissão que pode ser aquela que exerce.
Como por exemplo, os profissionais de saúde em Coimbra. Por isso trazemos o artigo «CONTRADIÇÕES DA SAÚDE EM COIMBRA» onde são apresentados excelentes resultados da Unidade Local de Saúde (ULS), mas onde os profissionais, que em tempos de pandemia Covid-19 eram considerados “heróis” e hoje são sujeitos a injustiças laborais. E mesmo com a ameaça velada para mandar calar, tivemos profissionais que denunciaram estas injustiças ao O Ponney. Exige-se mais gente a não ter medo.
E enquanto paira no ar a ameaça velada, podendo abrir portas à ditadura, «COIMBRA CONTINUA NO SOFÁ». Talvez em observação contínua, mas sem grandes resultados à vista.
Numa observação mais nacional repete-se a ideia que “NÃO HÁ QUEM QUEIRA TRABALHAR!”. Será mesmo assim? Qual será mesmo o quadro geral?
Se não há suficiente capital para gerir as necessidades de estrutura para Portugal, por outro lado, questiona-se a gestão, por exemplo da Caixa Geral de Depósitos no nosso artigo «GESTÃO DA CGD SUPORTADA POR DINHEIRO PÚBLICO».
Passamos para o desporto onde o primeiro Torneio de Níveis de Ginástica Rítmica da AGDC contou com um total de 46 ginastas. Nesta competição participaram ginastas dos escalões de Infantis a Seniores, tanto de 1ª como de 2ª Divisão e também ginastas de representação. O que é uma boa notícia para Coimbra e mostra que o desporto não é só futebol.
A nossa amiga, Rosário Portugal, traz-nos o artigo de opinião «VAIDADES QUE NÃO AJUDAM COIMBRA». Numa clara coragem para apontar o que, na sua opinião, está errado em Coimbra. A coragem de cidadania a falar como exemplo.
Depois o nosso amigo e colaborador, Sancho Antunes, traz o seu artigo de opinião «A PROPÓSITO DOS SMTUC: UM BOM GESTOR». Onde aponta como se define o bom gestor, que bem falta faz aos SMTUC.
E terminamos a secção de opinião com um artigo, que nos traz as profissões antigas, pela pena da nossa colaboradora e amiga, Manuela Jones. Desta vez é lembrada a profissão de Moleira...ou moleirinha.
Mais artigos publicamos no O Ponney.
Terminamos com um pedido a todos os nossos leitores: nunca percam a esperança. A esperança é a base de toda a bondade.
José Augusto Gomes
Diretor do jornal O Ponney