Editorial 17/05/2024

EDITORIAL 17.05 2024

 

‘CONIMBRICENSE’ É O MESMO QUE SER ‘COIMBRINHA’?

Os dois termos existem e talvez por isso já temos por si uma separação entre os dois.
Porém não há entendimento unânime sobre o que é ser ‘coimbrinha’. Sendo que a definição de conimbricense, ou coimbrão, é mais simples: é a pessoa que nasceu no Concelho de Coimbra e ponto final. Já o coimbrinha pode ter nascido num outro qualquer Concelho, mas diz que “ama Coimbra mais do que quem cá nasce”. Uma espécie de “bairrista” de Coimbra. Ser coimbrinha também está conotado com o de conhecer bem o léxico e o aforismo de Coimbra; de tratar os que demonstram poder por “doutores” e tendo um certo prazer em saber que o título não corresponde com a verdade. Gozando com uma piada privada que partilha com outros coimbrinhas. O coimbrinha, também, tem que defender a Briosa - é um ponto de honra para se ser coimbrinha.

No meio deste labirinto de significados, há sempre a necessidade de termos um “cartão” que nos identifique. Um símbolo que sintetize o que somos. A procura de resumir muito do que somos (ou do queremos ser) em poucas palavras. Por isso a necessidade de procurarmos um “rótulo” para nos identificar.

Mas onde é que isso importa para a defesa de Coimbra ou mesmo para a defesa de Portugal?
O saber quem somos coloca-nos num caminho que desejamos percorrer. Entendo isto como verdade. Mas também nos pode colocar tantas exigências de grupo que aumenta a probabilidade de acabarmos por ir esquecendo quem somos, perante a nossa mais intima realidade, e isso impede-nos de defender o que é importante.

Entendo que qualquer comunidade só progride quando cada um é verdadeiramente o que pensa e sente. Para isso necessita de canais de comunicação facilitada para falarmos, para contribuirmos para uma sociedade mais justa, mesmo que essa opinião seja parcial ou limitada à nossa experiência individual. Contribuindo mais para ficar esclarecido do que esclarecer. Mas a democracia sabe viver com isso, pois sempre é preferível emitirmos uma opinião errada (afastada da realidade) do que calarmos uma ideia torcida que nos destrói e, por consequência, destrói a sociedade onde vivemos.

É este o tema geral do nosso jornal O Ponney.

Estranho o de se criar um canal para que os cidadãos possam dizer de sua justiça num tempo próximo das eleições. Assim começamos com o artigo «CAMPANHAS PARTICIPATIVAS PARA VOTOS DE CONFIANÇA».

De Coimbra passamos para uma visão de Portugal como país onde as cobranças coercivas aumentam, mas aumentam contra quem? É importante lermos o artigo «MÃOS AO ALTO, ISTO É UMA COBRANÇA COERCIVA». Num claro desrespeito, por parte do Estado, por quem luta para sobreviver em Portugal.

Por isso é que «NEM TUDO O QUE RELUZ É OURO» é o título do artigo que aborda uma medida deste governo nacional que até parece boa, mas há que analisar com cuidado.

Se analisarmos com cuidado permite-nos perceber que «A DEMOCRACIA NÃO ESTÁ SEPULTADA», mas corre esse risco. Ainda não está morta e sepultada, mas irá morrer se não nos indignarmos com o que fazem da, e na, Democracia. Mesmo que os indignados sejam conotados com “maldizentes” e outros “mimos” deste género por quem tem poder para melhorar, mas não o faz.

Pois é neste registo que vamos percebendo que Coimbra está cada vez mais a deixar de ser uma lição e vamos percebendo uma «COIMBRA COM CRITÉRIOS SEM CORAÇÃO». Dando mau exemplo a Portugal, quando a lição de Coimbra deveria ser para todos os que se querem formar para dirigentes.

Nesta edição, também, falamos do excelente resultado da Ginástica da Académica e da ginástica rítmica que continua a somar bons resultados no desporto. Apesar da esmagadora maioria dos adeptos do desporto fixarem-se no futebol.

Na secção de opiniões temos os «BALÕES E CATOS» de António Pinhas que nos separa os partidos da política. Fala o artigo dos espinhos dos partidos que rebentam com a esperança de cada um poder contribuir para melhorar a sociedade.

«QUANTO MAIS APALHAÇADO, MELHOR!» é o título da opinião da nossa amiga Rosário Portugal que fala dos diversos espetáculos da Eurovisão, que espelham um bocado os gostos, ou desgostos, da nossa sociedade.

Terminamos as novidades das opiniões com o artigo de Manuela Jones « FATO NOVO 2» que nos faz recuar a outros tempos de emigração portuguesa, dando continuação a uma escrita emotiva sem perder a sua acuidade.

Muitos outros artigos, nas nossas diversas áreas, poderão ser explorados pelos nossos leitores.

Bom fim de semana e boas leituras;
José Augusto Gomes
Diretor do jornal digital O Ponney