Editorial 18-09-2021

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Oportunismo

Em plena época de propaganda para as autárquicas, quando certos petefes prometem afundar, ou pelo menos perturbar, a vida de cidadãos tidos por imaculados, contrariando os tremeliques, há quem se mostre - apenas mostre -afoito, ainda que lá no fundo tema que, a qualquer momento, possa estoirar bojarda da grossa.

Atento, socorrista, Costa – já não consigo ouvi-lo! – aparece em tudo quanto é sítio, apagando fogos que começam a lavrar, desviando as atenções à base de promessas mentirosas que sabe que nunca poderá cumprir. E quando não vai ele, manda alguém da sua confiança, pessoas com patuá para dar e vender, gentalha que, com facilidade ganharia a vida a vender banha da cobra, o que aliás fazem nas suas actividades governamentais - ou paragovernamentais – ou a vender nas feiras tecidos avulsos medidos a metro de noventa centímetros.

Enfim, gente sem pudor, engravatada e de colarinho branco.

Coimbra é, por exemplo, é uma aposta de Costa. Percebendo que a municipalização de Machado, que nem machadito é, tem sido um descalabro face ao anteriormente prometido, Costa veio falar grosso, impante, voltando a prometer o que, tendo-o já prometido há muito, não cumpriu.

Bem vestido, gozão de sorriso ofensivo, volta a prometer o aeroporto internacional, a maternidade, e nem sei quantas coisas mais, que cumprirá com certeza tal como aconteceu com o “metro”, que converteu em metrito.

Com Costa e Machado, Coimbra continuará a regredir. Até o que mal e porcamente estava a ser feito na Alta, desfigurando-a, foi na enxurrada que Santa Bárbara, numa espécie de bazuca trovejante e chuvosa, brindou às obras machadianas.

Coimbra, mal ou bem, continuou a ser falada. Erradamente, pela sua faceta não industrial: a Lusa Atenas tem uma forte indústria limpa geradora de mutas divisas dada a sua capacidade de exportação, e tem, também outras indústrias na área da farmacologia e afins. Não dão nas vistas, mas dão divisas. E sustentam muitos postos de trabalho

Todavia, a notícia de berro da semana veio com Costa. Só podia ser, que Pinóquio igual não há. De mão beijada, o ministro da propaganda do actual governo – o primeiro-ministro é Cabrita – além do esfarrapado aeroporto, O Tribunal Constitucional e o Supremo Tribunal Administrativo. Do segundo, ainda não ouvi reclamações; do primeiro, o Constitucional já há berros de uns tantos, que não querem a “capital” pela província. Esquecem, porém duas verdades: Coimbra é a capital europeia do Direito e, eles não sabem nem pensam, Coimbra ainda é a CAPITAL oficial do país, pois não houve, desde D. Afonso Henriques, lei alguma que alterasse tal “status”.

Costa fez promessas, sim, mas quererá cumpri-las? Claro que não. Depois das autárquicas, a música vai ser outra. E ele é perito na mudança de partituras.

(Imagem retirada da net)

 

ZEQUE