Editorial 23/05/2025
SAIR DA CASCA
A expressão ‘sair da casca’ é esse ponto de “ excludunt ab ovo”(eclodir do ovo) o que está preparado para enfrentar o mundo. Para se estar preparado para enfrentar o mundo necessita de coragem, para que cada um se possa afirmar.
Ou, num outro significado, o de se ser inconformista; ou ter alguma rebeldia; ou, de um jeito mais ao gosto de Santo António (também ele estudante de Coimbra) o de saber ser um pouco malandro.
Tudo isto é bem uma postura dos portugueses.
Qualquer uma das interpretações ou de significados deste tipo de adjetivos serve perfeitamente para caracterizar o que é mais importante numa Democracia: a coragem de, cada um, se poder afirmar. Sabendo de antemão que para eu poder dizer tenho que saber escutar o outro, por muito que não esteja de acordo. É esse o sentido base para mantermos a Democracia.
Sobretudo quando a Democracia está em risco no mundo. Não tanto pelos extremismos de Direita ou de Esquerda, mas sobretudo pelo que deu condições para que os extremismos cresçam (como na Europa e nos EUA), ou para que se mantenham (como o caso da República Popular da China). Um tipo de extremismo ameaça usar a força e o outro continua a cometer os maiores crimes contra a humanidade. O ambiente que faz crescer estes extremismos é a raiz de uma “erva daninha” que mata a verdadeira Democracia. A Democracia que escuta a posição contrária e sabe “distinguir o trigo do joio” - como bem diz a língua portuguesa, alargada pelos países de expressão oficial portuguesa.
A responsabilidade para manter o sentido da Democracia é de cada um de nós, mas deve ter o exemplo das instituições estatais portuguesas. Desde a Assembleia de uma Junta de Freguesia até à Assembleia da República.
Entendo eu, que o Concelho de Coimbra tem uma responsabilidade duplicada, pelo facto da nossa vetusta Universidade de Coimbra, que é uma das mais antigas universidades mundiais. Porém, essa responsabilidade de defender a Democracia, anda esquecida em Coimbra.
Por essa razão trazemos o artigo «CÂMARA DE COIMBRA VIRA A CARA» à desorganização que esteve por trás da Serenata Monumental. Agora com testemunhos de pessoas que ficaram sem perceber por que razão a Câmara de Coimbra passou da atitude arrogante de querer proibir a localização da Serenata, para o de se desresponsabilizar com a sua organização. Parecendo mais um caso de vingança pessoal do que o de uma instituição que representa a população de Coimbra.
Dando voz a uma lista candidata à presidência da AAC/OAF, que pediu a palavra a O Ponney, não havia forma de não lhe dar espaço para se afirmarem. O Ponney deu espaço a quem tomou a dianteira para poder dizer de sua justiça nestas eleições da AAC/OAF. O Ponney não ouviu as outras listas dado que entenderam não terem pedido a palavra. Por isso demos a voz à «CANDIDATURA “SEREMOS DE NOVO BRIOSA” ALERTA SÓCIOS DA ACADÉMICA PARA A ILUSÃO DAS SAD E DO DINHEIRO FÁCIL» que de sua justiça afirmaram-se.
Na Democracia temos que ouvir todos quantos desejem pedir a palavra. E o partido Chega fez discurso pela voz do seu líder, André Ventura, que entendeu continuar a atacar os partidos que se colocam numa posição oposta. Mesmo depois das eleições Legislativas darem vantagem acrescida ao partido Chega. O discurso do resultado eleitoral continuou o tom de ataque que caracteriza o Chega. Percebendo-se que o único argumento é o do ataque e nada o da compreensão democrática. A comparação com outro partido na Alemanha mantêm-se onde o ataque se sobrepõe ao respeito democrático. O nosso artigo «CHEGA DE DÚVIDAS!» tenta esclarecer que quando há falta de ideias e falta de respeito democrático, apenas resta o ataque odioso.
Se falamos de extremismos também não podemos esquecer uma outra guerreira pela Liberdade que enfrenta os extremismos de Esquerda. Estes muito menos falados como extremismos. Desta vez o ódio que o governo comunista demonstra para quem deseja a Liberdade e a Democracia. O que levou à prisão da corajosa jornalista chinesa Zhang Zhan que também saiu da casca e que lhe custou 4 anos de prisão de uma das maiores ditaduras deste século XXI e que foi libertada esta semana, mas ainda com os cães da segurança atrás dela. Explicamos o que sabemos no artigo «A CHINA DO EXTREMISMO POLÍTICO» Muitas outras pessoas que enfrentam a ditadura chinesa estão presas. O Estado português que se afirma contra extremismos ainda não tem coragem de boicotar o comércio com a China. Talvez um dia tenham a coragem de quem sabe o que é excludunt ab ovo.
Sair da casca não pode ser feita de forma irresponsável. O caso da liberalização do cultivo e do comércio da canábis, mediante certas regras apenas para uso medicinal sem os efeitos nefastos para o organismo. Mas as instituições que controlam e regulamentam o cultivo, o tratamento, o transporte e o comércio, não foram suficientemente eficazes em Portugal, dado o aumento de empresas e a ânsia de um lucro muito rápido. O artigo «“ERVA DANINHA” COM MÁSCARA DE MEDICAMENTO» confronta a apreensão da PJ e o rápido crescimento, em Portugal de empresas que apareceram em Portugal, em jeito de piada, como “cogumelos”.
Os artigos opinião abrem com um caso de xenofobia em Portugal, que não estará isolado. Diferente dos artigos que Manuela Jones nos costuma brindar, desta vez o assunto é pesado.
José Ligeiro traz-nos, como assunto nos eu artigo de opinião, ‘a morte’. Um assunto para não virar a cara.
Rosário Portugal, amiga de O Ponney, traz-nos o artigo sobre a inversão de valores humanos na política que se viu nestas últimas eleições legislativas.
Paulo Freitas do Amaral traz-nos o artigo de opinião onde considera importante reformar o Centro político e apresenta as suas razões.
Fechamos os artigos de opinião com a opinião de Adriano Ferreira.
Muitos outros artigos para lerem no nosso jornal.
Bom fim de semana e boas leituras;
José Augusto Gomes
Diretor do jornal digital O Ponney