Editorial 24/01/2025

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CORAGEM DE SER

No início de Janeiro de 2025, fui obrigado a caminhar desde o lado emotivo de Coimbra (Santa Clara), passei ao lado do Pátio da Inquisição (ali perto da Câmara de Coimbra), em direção ao Tribunal no fundo da Rua da Sabedoria (Coimbra é rica em simbolismos). Conduziu-me ao edifício, inspirado na sabedoria Grega e na justiça republicana Romana, o facto de andar a destapar a incompetência política por intermédio de cartoons.

Estive na posição de arguido, pela primeira vez aos 60 anos, e sentaram-se ao meu lado mais duas pessoas, também elas arguidas. A coragem de erguer a cabeça para reivindicar a continuidade do Direito à Liberdade de Expressão, por si só já nos tranquilizava. Uma das mulheres corajosas é a nossa colaboradora e amiga, Rosário Portugal, que também luta na página do Movimento de Humor. Os nervos, a irritação de nos tentarem tolher a liberdade de apontar o erro pago por todos nós, não nos fragilizava, mas desgastou muito a nossa coragem.

Será que os cidadãos estavam a perder o bem mais preciso da Democracia?

Do nosso lado estavam excelentes advogados. Do lado da corajosa Rosário, estava o racional Dr. Eduardo, do meu lado estava uma advogada com provas dadas na defesa dos mais desvalidos, Drª Joana, grávida e experiente na defesa de vários casos do tipo “David contra Golias”.

Do lado da acusação estava o presidente da Câmara e um advogado com avença na Câmara Municipal de Coimbra. Acredito que a pessoa do presidente terá pago do seu bolso os honorários deste processo. Pois seria muito mau se o pagamento do advogado de acusação fosse feito pelos dinheiros públicos. É uma questão legal, mas sobretudo de consciência. Na próxima semana tenho intenção de escrever sobre esta notícia com factos e dados mais apurados.

Como todas as histórias do género “David versus Golias”, David vence em nome da coragem de se colocar do lado da verdade e o Tribunal decidiu pelo juízo grego da sabedoria e pelo direito de cidadão romano.

Situações como esta, e outras do mesmo género, devem dar força a quem pensa que, estando na base da estrutura piramidal da sociedade, não calem as injustiças. Em razão de verdade ganharemos força para enfrentar muitos “Golias”!

A coragem de sermos, o que sentimos e pensamos, contraria sempre quem deseja manipular. É essa coragem que trava as tiranias e demonstra que quanto mais elevada a posição de um incompetente, liderando uma organização, tanto mais urgente se torna a necessidade de coragem de quem aponta o uso da tirania para esconder que o “rei vai mesmo nu”.

Assim, abrimos com o artigo «TAXAS EM COIMBRA» onde se discute algumas taxas em Coimbra e questiona-se a gestão dessas taxas.

Depois, com a coragem de quem deseja que a comunidade possa dar um melhor futuro a todas as crianças que nascem agora, está o nosso artigo «URGÊNCIAS SEM URGÊNCIA».

A «A LINHA DO TGV ...» tem andado, ultimamente fora dos radares noticiosos. O Ponney regressa ao assunto para que, todos, possamos pensar.

Talvez a prejudicar os mais novos, de forma matreira, temos o artigo «Teias de vícios». Um artigo que nos levanta algumas questões para futura reflexão. É necessário que saibamos orientar os mais jovens.

Por não haver mais notícias sobre algo que pode ser grave, O Ponney, lembra a «FALTA DE TRANSPARENCIA NA CÂMARA DE COIMBRA» que talvez valha a pena ser corrigida. Não custa assim tanto.

Recomendamos um livro para nos dar coragem, escrito por uma judia perseguida pelos nazis e refugida nos EUA, que mesmo assim tem a coragem de ver com lucidez a continuidade da “matéria prima” que deu origem ao Partido Nacional Socialista alemão.

Depois temos os artigos de opinião. Todos eles com o objetivo de nos fazer pensar, quer estejamos ou não de acordo.

Terminamos com um pedido a todos os nossos leitores: nunca percam a coragem. A coragem é a base de toda a bondade.

José Augusto Gomes
Diretor do jornal O Ponney