Editorial 26-06-2021

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Os meus “sem-fins”

 

O Ponney, na sua versão on line, faz hoje cinco anos.

Cinco anos! E parece que foi ontem, após uma travessia do deserto em que as edições em papel mergulharam em profunda letargia de que ainda não saíram.

Vão tempos em que comecei a escrever nele. Creio que pelos idos de 55 ou 56 do século passado quando escrevi um poema cujo mote era, mais ou menos “E ao passar por mim/ deu-me um soco no pescoço”. Não ganhei, pois o vencedor, aos meus e aos de muitos outros, respondeu com uma singela quadra: “Encontrei-a na rua/ roto, triste, e sem caroço;/ E ao passar por mim/ deu-me um soco no pescoço”.

Todavia, colaboração verdadeira comecei-a por volta de 1961 a pedido do proprietário do jornal Fausto Marques, o “Faustanas”, o Fausto do Janeiro (jornal Primeiro de Janeiro) em tempos um dos conhecidos boémios de Coimbra. Era “redactus-mor” do jornal o conhecido Filipino Martins, funcionário do Governo Civil, senhor de uma caneta virulenta e mordaz que punha na ordem as “forças vivas” da cidade e os seus sequazes… A sua rubrica “O Homem Invisível” pôs a careca amostra a muita gente tido por boa…

Continuei agarrado ao jornal, sempre a colaborar em cheio: os números especiais, algumas vezes quase só publicavam textos meus. Mais tarde, já a posse do jornal estava na posse dos herdeiros de Fausto Marques, um amigo de peito com sói dizer-se, assumi a direcção do jornal após a renúncia do dr. Vítor Campos.

Uns anos mais tarde, o jornal que “nascera” em 1929, mercê da crise em que o país mergulhou devido à péssima gestão de certos políticos, deu com os burrinhos na água, afundou-se, e o papel esfrangalhou-se: sem receitas não podia continuar…

Há cinco anos, a “conselho” e pedido de pessoas amigas, resolvi relançar o jornal, só que na net. Também custa dinheiro, mas não tanto que eu não possa suportar. Aliás, se quisesse ganhar dinheiro, era só aceitar publicidade… O que, obviamente, cortaria algumas “liberdades”.

Cinco anos, pois, são passados. E o O PONNEY cada vez mais robusto. Valor meu? Não. Tudo o que ele é e como está deve-se aos amigos e conhecidos que, sem pagas de qualquer espécie, connosco colaboram, lutando por um jornal cada vez melhor, lido nos quatro ou cinco cantos do mundo por imensas pessoas e entidades.

Vamos continuar? Claro.

Com os “sem-fins” oleados, apesar do peso dos anos, cá estaremos, eu os amigos e colaboradores, que também são amigos, para lutar por um país mais são, sobretudo contra porcaria dos políticos que envergonham o país; e, sobretudo, por uma Coimbra cada vez mais remoçada, viva e expedita, missão difícil de realizar dadas as gentes que ora a (des)governam.

Mais uma vez, GRATO A TODOS!

 

ZEQUE