Editorial 27-05-2023

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E assim foi…

 

Apesar da longevidade, mantinha-se viçoso. Porém, uma doença daquelas que tudo abate, colocou-o em estado de letargia profunda. Houvesse já a eutanásia e a cremação teria sido o destino imediato.

Éramos velhos amigos, pelo menos desde 1961, ainda que que em 1955 tivéssemos tido o primeiro contacto.

Companheiros de borgas e brincadeiras, passámos bons momentos; e menos bons também, que isto das crises não é só de agora.

Mais solavanco menos solavanco, o tempo passou e a “doença” arrumou-o, ainda que não se quedasse pelo esquecimento porque muito boa gente me perguntava por ele.

E aconteceu. Não o conseguindo fazer saltar da letargia para a vida em papel, com a ajuda de pessoa amiga – sem ela ele não teria voltado à vida – pu-lo a circular pelos caminhos da net, em boas corridas on line.

À medida que o tempo passava, recrescia o bicho em força e pujança. Passaram os anos e, pode dizer-se, o jornal – refiro-me a este, o Ponney – embaixador da Lusa Atenas, passou a ser lido e desejado nas sete partidas do mundo.

Melhorou e enrijou ele; cansei-me eu.

Os anos não perdoam e o cansaço sobreveio. Reformo-me. E o meu grande amigo, agora, vai parar a outras mãos, que, presumo, o continuarão a tratar bem, ainda que não com o mesmo carinho e amizade com que eu e a pessoa amiga que o ajudou a vingar on line o vigiámos, lançámos e adorámos.

O novo proprietário, a quem o doei, comprometeu-se a respeitar a missão do jornal no sentido de ser um jornal conimbricense – e não nacional – defendendo os valores de Coimbra e os da sua academia.

O PONNEY, fundado em 1929 por Castelão de Almeida, ostentando o seu cavalinho, quer viver ainda muitos mais anos; e todos nós, os que gostamos dele, também lhe auguramos uma vida longa.

A ver vamos, como dizia o cego para o que tinha vontade de ver. Que sorte e amor o ajudem a viver cada vez mais aperaltado e desejado.

Um muito obrigado a todos quantos ao longo destes anos colaboraram connosco no jornal, principalmente aos que nos forneceram textos para a sua composição 

ZEQUE