Editorial 29-10-2022

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Ora cantando, ora chorando

 

Durante meses, as autoridades alertaram para uma crise energética neste inverno, devido ao facto de a Rússia — em tempos o maior fornecedor de gás natural da região — ter cortado o abastecimento como retaliação às sanções impostas pela Europa no seguimento da invasão da Ucrânia.

Todavia e segundo a CNN - ontem, por volta das 17 horas -, a Europa tem tanto gás natural que não sabe o que fazer com ele. A quantidade é tanta que, no início desta semana, os preços à vista estiveram, ainda que por pouco tempo, em terreno negativo.

E esta, hem?

Enquanto as coisas não se esclarecem, vamo-nos rindo – ou chorando? – com o anedótico líder da Chechénia -  Ramzan Kadyrov- que veio a lume anunciar ao mundo que a Ucrânia é território da Rússia, o que embandeirou em arco o Major-General Agostinho Costa, comentador assíduo da CNN.

Lula e Bolsonaro, no seu frente-a-frente na TV brasileira, mimosearam-se com o epíteto de “mentiroso” e o escudo de “mentira”.

Convenhamos: “mentira” e “mentiroso” não significa o mesmo para toda a gente. Tal como “ladrão”, que, a pés juntos e os dedos cruzados nas costas, continua a firmar que isso de ter ensacado e posto no estrangeiro milhões e milhões de euros e dólares não passa de um ataque da “reacção”.

Por cá, por este cantinho à beira-mar (im)plantado, que já foi terá de bravos marinheiros e gente de pundonor, a ASAE apreende artigos contrafeitos, droga e armas proibidas na Guarda. Importante! Em tempo de inflação o mercado das imitações está ao lado dos tesos que querem passar por endinheirados.

A PJ “caçou” mais uns autarcas do PS metidos em habilidades. Para não chocar muito as “famílias” e os actos passarem despercebidos, o MP volta a atacar Isaltino Morais.  Está cero: o indivíduo é que é o mau da fita.  

Governo, se é assim que se lhe pode chamar, apresenta semana de 4 dias: vem sem corte de salário e com redução de horas semanais.

Porreiro. Pá! Numa altura em que é preciso produzir mais, os nossos estadistas querem que façam menos. Gente de vbistas largas, entende – e bem! – que nos serviços centrais e outros deve haver o dobro das pessoas que são precisas. Assim, em vez de andar muita gente por lá a estorvar, vão todos par casa mais cedo. Não tarda muito e essa malta só irá trabalhar à sexta-feira para poder gozar o fim de semana descansada.

É oficial: a venda da EFACEC borregou. A empresa, “roubada” pelo governo a Isabel dos Santos, e que lhe havia custado à volta de duzentos milhões de euros, não tem comprador: a DST fez um manguito a Costa e companhia apardalada. Ou vice-versa, que é a mesma coisa. Ou quase.

Palavra dada, palavra honrada. Isso era no tempo de Afonso de Albuquerque Com Costa, rapaziada e raparigada, isso é uma subtileza: a linha da Beira Alta já não reabre em Janeiro.

Pela Lusa Atenas, a Universidade continua a impor-se mundialmente. É pena que a CMC não lhe siga o exemplo: o caso dos SMTUC é sintomático. Vai ser muito difícil erradicar hábitos viciados, mas a compra de ferro velho a que chamam autocarros é de principiante.

E se se fosse buscar à EU um “empréstimo” a fundo perdido para a substituição total da frota?

Ah, não, já me esqueci. Vem aí o metrobus, apressadamente. Talvez lá para as calendas gregas.

Toca a acertar os relógios. Para se cantar de galo!

ZEQUE