Editorial 21-05-2022

 

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Mundo perdido ou sofrido? 

 

O autor W.B. Yeats disse: "O mundo está cheio de coisas mágicas, que pacientemente esperam que os nossos sentidos fiquem mais aguçados". Quando, por exemplo, pensamos nas maravilhas do mundo, os nossos pensamentos voam para enormes e magníficos edifícios e monumentos (Pirâmides do Egipto, Cristo Redentor, Coliseu de Roma, entre outras); e, no entanto, as grandes maravilhas do mundo estão no ser humano, nos seus cinco sentidos (visão, olfato, paladar, audição e tato), a que acresce, penso eu, as possibilidades de rir e amar.

Ia para lhes acrescentar o chorar e o odiar, mas estas não são possibilidades positivas, ainda que as mais usadas nos tempos que correm.

O povo da Ucrânia, vítima da loucura do prepotente Putin, no seu sofrimento, não tem estímulos para rir e para amar, antes para chorar e odiar. Cheio de promessas incumpridas dos ocidentais, (ante)vê a cada instante a guilhotina dos invasores, que não se fartam de destruir património e ceifar vidas. Até quando?

Por cá, o cheiro a rosas desvanece-se. Com os impostos a galoparem e o custo de vida a subir em flecha, o (des)governo que o povo escolheu começa a ficar em maus lençóis. Só que, desta vez, não vai, cheira-me, aparecer nenhum Passos Coelho para aguentar com uma carga semelhante à que o bom do Sócrates – ora refugiado no Brasil a expensas do amigo Lula – lhe legou acompanhada duma Troika poupadinha.

Ouvem-se rumores de que “Gafe de Marcelo complica voagem de Costa a Kiev”. Li-o num jornal, mas não acredito: o “tato” e a “subserviência” de Marcelo - pelos vistos, também quer ir a Kiev - impedem-no de “desonrar” o pacto com o protegido (ou protector, ainda não descobri).

Muito bem apaladado o momento que Coimbra atravessa. Pondo de lado os problemas do Metro, da Estação Nova, do comboio de alta velocidade, das casas no Ingote, de obras nas ruas, de indisciplinas e boicotes, a edilidade vive momentos únicos: o “rali”, baratinho, foi um golpe de mestre. Caro, mas, espera-se, produtivo.

Noutro mundo, o académico, para além das excelentes lições da Universidade ao mundo, a Queima das Fitas está a acontecer em grande. Se o cortejo, apesar da bífido na chegada à Praça 8 de Maio, corresponder ao que se espera, então a cidade está mesmo de parabéns.

Aliás, nota-se bem que a cidade – recorra-se à gíria – já se mexe cada vez melhor.

Para que tudo seja bom, falta uma ACADÉMICA bem viva a “futebolizar” na I Liga portuguesa. Os sócios têm duas alternativas: a continuidade e o seu “enterro” final; ou a reviravolta e reactivação de um passado de boa memória. Eu jogo nesta.

Coimbra merece TUDO DE BOM.

ZEQUE