Editorial 18-06-2022
O CAOS
E, de repente, parece vir aí o caos, tal a confusão de ideias e de actos, que por aí saltita. Às vezes parece que anda tudo doido, sem rei nem roque, uns a esbracejar, outros calados que nem ratos, prontos a abandonar o navio, melhor, a jangada em que – ou sobre que - o país navega.
Parece haver qualquer coisa de grave entre eles, “eles” que andavam de braço dado, eles que marchavam ao som da mesma música – uma coisa um tanto ou quanto adocicada do “avante camarada” ou para os mais atrevidos “avante cordeirada” -, eles que… eles que… eles que…
É uma espécie do “já foi” – ou do “já foste” do Preço Certo do Fernando Mendes – em que um só aparece quando o outro desaparece. Claro que a culpa não é d ninguém mas sim dos assessores que não se falam entre si, um si que, por acaso, até nem é nota de música.
A coisa está feia, e o mais aborrecido é que já não há almirante que o salve, pelo que foi preciso nomear uma comissão, isto é, um grupito de pessoas que não ata nem desata; um grupo que só adia.
Deixemo-nos de tretas: o SNS entrou em colapso, ou, talvez menos acintoso, em queda livre pelo desgaste exagerado do “sem-fim” da motorização do sistema.
Costa sente o solo resvalar: dentro do partido já há quem queira tirar-lhe o tapete; e a ministra também ela desejosa de ocupar o lugar do agora ainda patrão, espirra para todos os lados, bolça desculpas anedóticas, e oferece pagamentos aos médicos tarefeiros de 85 – oitenta e cinco! – euros por hora, mesmo que lá estejam sem fazer nada.
É obra! Quem não deve não teme; no caso, quem deve não treme.
Conheci dezenas de vendedores de banha da cobra, muitos deles com grande estilo. Nenhum, contudo, que chegasse aos calcanhares do ex-amigo do Ti Celito, um rouba-a-rir despudorado que promete ao povo – acéfalo no seu entender, com certeza – ter prontas casas para todas as famílias portuguesas até 2024.
Deve pensar, por certo, que só já não têm casa os habitantes das redondezas de Pedrógão grande, que se foram nos incêndios de há quase seis anos. Um caso clínico a estudar este profissional da aldrabice ou de outra doença qualquer.
Na TAP ninguém se entende. É outro caos, ainda mais visível que o do SNS. O ministro em vez de se demitir, ameaça, com ar de quem quer e pode, mandar às de vila Diogo os responsáveis da SEF, como se ainda “houvesse” SEF depois de ter sido “extinto”, como por aí se afirma, ou boqueia.
Cá pelo burgo, parece ir acontecer uma nova Académica capaz de voltar aos tempos áureos. Vai ser difícil, mas é possível. Assim os sócios, adeptos e a cidade o queiram.
Não falo dos edis. Prometer é fácil; pôr em execução é que já não. O que se passa nos SMTUC parece ser inadmissível, a requerer limpeza geral.
Incapacidade para o fazer? Contrate-se um “almirante” que os tenha no sítio.
Imagem retirada da net
ZEQUE